A Prefeitura de Belo Horizonte prevê encerrar, no início do próximo semestre, os estudos para avaliar se é possível instalar faixas exclusivas para motos nas principais vias da capital, com o objetivo de reduzir o número de acidentes. Só no ano passado, 15 mil acidentes na capital envolveram motociclistas. Por enquanto, a preocupação é se as avenidas comportariam a criação de motofaixas, tendo em vista que o fluxo de motos representa apenas 16% do trânsito nas grandes avenidas, e o restante ocupado por outros tipos de veículos.
Em audiência pública realizada na Comissão de Mobilidade da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), a subsecretária de Mobilidade Urbana da capital, Jussara Bellavinha, disse que ainda não é possível dizer qual seria o custo das novas faixas, mas que todos os grandes corredores da cidade estão sendo avaliados.
“Foi uma determinação do prefeito estudar essas motofaixas. Nós estamos considerando todos os principais corredores da cidade, estamos estudando em todos. Mas a sessão transversal desses corredores também é muito variada, então tem trecho que não dá e tem trecho que dá (para criar as faixas). Então, vai depender muito mesmo da equipe de projeto conseguir dar a melhor solução”, explicou Jussara.
Ainda segundo ela, o principal entrave para a criação das faixas é a largura das vias. “O principal problema é a largura da via mesmo. A pista de rolamento, para a gente colocar a motofaixa, a gente teria, em grande parte delas, de suprimir uma faixa de tráfego geral. E aí, se o trânsito de Belo Horizonte já é ruim, ficaria péssimo, né? Então, esse é o principal desafio”, apontou a subsecretária.
O motoboy Ederson Júnior, que é conselheiro de mobilidade urbana em BH, contesta o argumento da prefeitura de que a largura das vias seria um complicador para a implementação das vias. “Não faz muito sentido (a justificativa). Por exemplo, eu estive em São Paulo observando algumas vias de lá. É a mesma largura que nós temos aqui. O corredor (de motos) na cidade já acontece, a gente só quer que demarque, que faça uma coisa sinalizada para trazer mais segurança para o trabalhador”, disse Ederson Júnior.
Presidente da Comissão, o vereador Bráulio Lara (Novo) avalia que a criação das motofaixas não beneficiarão apenas os motociclistas. “Quanto menos acidente tiver, melhor é na coletividade. Para quem está dirigindo, às vezes a pessoa fica até apavorada com aquele tanto de moto passando para um lado e para o outro. Se você tem uma demarcação do corredor da motofaixa, a tendência é que aquele local é aonde todos vão passar. Não é questão que seja obrigatório, mas é uma tendência natural, porque passa a ser uma faixa segura, e quem está trocando de faixa próximo da motofaixa vai ter muito mais atenção, vai conseguir se posicionar melhor no trânsito”, argumentou o vereador.