O ex-senador Demóstenes Torres, advogado do ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos no julgamento que ocorre nesta terça-feira (25), na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que o almirante da reserva não tinha autonomia para mobilizar as tropas para um eventual golpe de Estado. Além do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Garnier é um dos denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pode se tornar réu.
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A denúncia enviada pela PGR ao STF aponta que Garnier teria aderido ao plano de golpe de Estado e que, segundo ele, a Marinha estaria ‘coesa’ em apoio à iniciativa.
O advogado do ex-comandante da Marinha, no entanto, alega que ele não teria o poder de colocar as tropas nas ruas. “Qual a verdade, senhores? As tropas da Marinha só podem ser movimentadas com a autorização do Comando de Operações Navais. E o comandante do Comando de Operações Navais, era o atual comandante da Marinha, Olsen (Marcos Sampaio Olsen)”, afirma.
Demóstenes Torres cita ainda uma nota divulgada por Olsen negando qualquer intenção da Marina em participar de um eventual golpe. “E o atual comandante da Marinha diz claramente, numa nota, que eu até fico abismado que não tenha sido publicada, do dia 27 de novembro, que isso jamais aconteceu. Até porque, se tivesse acontecido, Olsen teria que estar aqui”, disse o advogado. “Então, ele disse: ‘Em relação às matérias veiculadas na mídia que mencionam tanques nas ruas prontos para o golpe, a Marinha do Brasil afiança que em nenhum momento houve ordem, planejamento ou mobilização de veículos blindados para execução de ações que tentassem abolir o Estado Democrático de Direito’. Este era o homem encarregado de mobilizar as tropas”, finalizou.