O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na manhã deste sábado (18) estar “constrangido” por não poder comparecer à posse de Donald Trump nos Estados Unidos, marcada para o próximo dia 20. A declaração foi dada no Aeroporto Internacional de Brasília, onde ele acompanhou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que viajará para o evento.
“Eu tô assim, tô constrangido. Eu queria estar acompanhando a minha esposa. Quem vai acompanhar lá vai ser meu filho, o Eduardo, né? E a esposa dele. Agora eu queria estar lá. Eu pré-acertei encontro com o chefe de estado, vi Eduardo Bolsonaro, e lamentavelmente não vou poder comparecer”, disse Bolsonaro.
O ex-presidente está impedido de viajar depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter o seu passaporte retido pela segunda vez. A defesa de Bolsonaro recorreu. O magistrado enviou o recurso à Procuradoria-Geral da República, mas manteve o documento bloqueado.
Em conversa com jornalistas no aeroporto, Bolsonaro também criticou o fato de não poder deixar o país mesmo sem ter condenação na Justiça. “Eu represento a direita no Brasil. Lamentavelmente não pude comparecer nesse evento Estados Unidos sem ter uma condenação sequer. A imprensa do mundo todo vem noticiando isso daí. Não vão nos vencer por narrativas. Não pode uma pessoa no Supremo Tribunal Federal ser o dono da verdade, o dono do mundo, decidir o que faz com a vida de quem quer que seja”.
Anistia em pauta
Uma das esperanças de Bolsonaro para tentar anular suas condenações a inelegibilidade é a aprovação de uma anistia por parte do Congresso Nacional. O texto, que inocenta ele e os participantes dos ataques promovidos em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023, ainda tramita na Câmara dos Deputados e além do aval do Senado, também precisa da sanção presidencial.
“Nós temos uma bancada no parlamento. Foi conversado isso com todos os pré-candidatos da mesa. E a gente espera que se siga o devido processo legal dentro do Congresso. Se tivermos assinatura para urgência, que o presidente coloque em pauta. Só isso”, avaliou.
Bolsonaro e parlamentares de oposição que o apoiam condicionaram apoio aos próximos presidentes da Câmara e do Senado a aprovação do projeto. Agora, segundo o ex-presidente, o ideal é que o tema seja colocado em pauta o quanto antes.