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Dengue preocupa governo com volta de sorotipo 3; Ministra da Saúde comenta reforço das ações

Em visita a Belo Horizonte, ministra da saúde, Nísia Trindade, afirma que pasta vai intensificar ações de combate ao Aedes aegypti

O Ministério da Saúde diz que as ações de combate à dengue estão sendo intensificadas, especialmente diante do aumento de casos em diversas regiões do país. Nesta sexta-feira (9), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, esteve em Belo Horizonte para acompanhar as ações de vigilância e citou a técnica com Wolbachia, desenvolvida pela UFMG e que já vem sendo utilizada na capital mineira como medida de controle do Aedes aegypti.

A Wolbachia é uma bactéria naturalmente presente em diversos insetos, mas que não ocorre no Aedes aegypti. A técnica consiste em infectar os mosquitos com essa bactéria, que reduz a capacidade de transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya. Quando liberados no ambiente, esses mosquitos se reproduzem, passando a bactéria para as gerações seguintes, contribuindo para o controle das doenças transmitidas pelo vetor.

Durante a visita, a ministra destacou a importância de tecnologias como essa no enfrentamento à dengue.

“A Wolbachia é uma estratégia fundamental, já comprovada em estudos e, na prática, para reduzir a transmissão da dengue. Aqui em Belo Horizonte, estamos acompanhando os resultados dessa técnica, que reforça o papel da ciência no enfrentamento aos desafios de saúde pública.”

Além das tecnologias, a ministra disse que a pasta trabalhado em outras frentes para conter o avanço da doença. Segundo Nísia Trindade, “há municípios que já estão com aumento elevado de casos, e nós estamos trabalhando preventivamente para reforçar a vigilância. Isso significa envolver cada cidadão, seguindo as orientações do Ministério, como dedicar 10 minutos semanais para eliminar focos do mosquito em casa”.

Outro ponto de preocupação destacado pela ministra foi a volta do sorotipo 3 da dengue, que não circulava no Brasil há quase 20 anos. “Isso preocupa porque você tem muito mais pessoas com possibilidade de terem a doença, especialmente a população mais jovem, que não foi exposta anteriormente. Esse sorotipo pode levar a um aumento significativo de casos e hospitalizações.”

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Por fim, a ministra reforçou a importância de ações de vacinação e desenvolvimento de outras tecnologias, além de fortalecer as ações de prevenção e assistência. “Estamos trabalhando em várias frentes, porque prevenir é melhor que remediar, mas saber cuidar é igualmente importante. A expectativa é que, com a combinação de esforços e inovação, possamos reduzir os impactos da dengue e, no futuro, quem sabe, eliminá-la como problema de saúde pública.”

Visita ao Instituto Oncológico

As declarações foram dadas durante visita da ministra ao Instituto de Oncologia e Ciências Médicas da Feluma, no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul da capital mineira.

Durante a visita, Nísia destacou a importância do programa “Mais Acesso a Especialistas”, que busca reduzir o tempo de espera por diagnósticos e tratamentos, especialmente em casos de câncer.

“A oncologia e o tratamento do câncer são prioridades, porque o tempo é fundamental: o tempo de diagnóstico, o tempo de tratamento. Aqui no instituto, temos essa linha de cuidado integrada, como está no nosso programa. Quem tem que andar é o papel ou o dado no sistema, não a pessoa que está sofrendo ou que pode vir a sofrer de uma doença e precisa do seu diagnóstico.”

A ministra também destacou que o programa estabelece metas para que o diagnóstico de câncer seja concluído em até 30 dias. “O tempo é a saúde. Esse programa foi construído conjuntamente com estados e municípios, destinando recursos para planos de ação regionais. A implementação ocorre com metas e resultados, onde o tempo e a qualidade são fatores fundamentais.”

Visita ao Hospital das Clínicas

Logo depois, Nísia Trindade realizou uma visita ao Hospital das Clínicas da UFMG e destacou a importância de estratégias integradas para melhorar o atendimento à população.

“Estamos concretizando o objetivo de ligar a unidade básica de saúde ao hospital de verdade, unindo atenção primária e especializada. Isso é essencial para reduzir os casos e as mortes, especialmente em doenças como o câncer e a dengue”, afirmou.

Além disso, Nísia celebrou o mutirão de cirurgias realizado pela unidade, que em dois meses realizou 167 procedimentos, sendo 107 oncológicos. “O tempo é saúde, e esforços como esses demonstram o impacto de uma rede de atenção bem organizada e integrada com programas como o Mais Acesso a Especialistas”, concluiu.


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Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.
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