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Governo quer acabar com dedução de gastos com saúde no IR para quem ganha mais de R$ 20 mil

Proposta visa compensar a isenção no pagamento do Imposto de Renda para as pessoas que recebem até R$ 5 mil; alteração depende de aval do Congresso

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista sobre o corte de gastos nesta quinta (28)

Na esteira do anúncio da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (28) que uma das formas de compensação da medida será a extinção da dedução de gastos com saúde para quem ganha mais de R$ 20 mil.

Segundo o ministro, a medida vai ajudar a neutralizar o impacto de R$ 35 bilhões previsto com o aceno para os trabalhadores que ganham até R$ 5 mil. A proposta se soma ao aumento da tributação do IR para quem ganha mais de R$ 50 mil, ou que tenha renda anual superior a R$ 600 mil.

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“Existem pessoas que ficam isentas do IR por razões de saúde, e todo mundo pode abater despesa de saúde na sua integralidade. Esta segunda regra não vai alterar. Vai continuar poder deduzindo 100% do gasto de saúde. Contudo, a isenção do imposto de renda por razões de saúde vai ficar limitada para quem tem salário de até 20 mil por mês. Para além disso, a pessoa vai continuar dedizundo os gastos com saúde, mas não vai ficar 100% isenta”, anunciou ele.

Sobre a aliquota do IR para quem ganha mais de R$ 50 mil, o ministro Haddad anunciou que não haverá alteração. Em vez disso, o governo vai adotar uma nova forma de tributação que levará em conta a renda anual.

A partir da nova fórmula, o governo pretende recolher 10% da renda anual do contribuinte, sem alteração da aliquota mensal. Ou seja, para quem tem uma renda 600 mil, o imposto mínimo a ser pago deverá ser de R$ 60 mil, que serão complementados ao final do ano com uma nova cobrança.

“Nós estamos fazendo um conceito novo de imposto de renda mínimo considerando toda a renda da pessoa e tudo o que ela pagou de imposto de renda nesse exercício”, explicou Haddad.

As medidas ainda precisam ser discutidas e aprovadas pelo Congresso Nacional antes de passarem a valer.


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Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio