Nova York* — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender nesta quarta-feira (25) a taxação de super-ricos. Segundo ele, os recursos seriam direcionados para o enfrentamento da desigualdade e das mudanças climáticas.
Em discurso em uma reunião ministerial do G20 na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Lula também afirmou que a arquitetura financeira internacional precisa ser revista para favorecer os países do Sul Global.
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“O endividamento que afeta severamente alguns países em desenvolvimento estrangula o investimento em infraestrutura, bem-estar e sustentabilidade. Em 2022, a diferença entre o valor que o mundo em desenvolvimento pagou a credores externos e o que recebeu foi de 49 bilhões de dólares. Há mais dinheiro saindo do que dinheiro entrando”, pontuou.
Lula cobrou a retomada do protagonismo da ONU nas discussões econômicas internacionais. Ele mencionou, por exemplo, que os países estão subrepresentados em instituições financeiras globais.
“Quando o FMI e o Banco Mundial foram criados, suas juntas executivas tinham 12 assentos para um universo de 44 países. Atualmente, são 25 assentos para mais de 190 países. Se mantida a proporção original, essas juntas deveriam ter hoje pelo menos 52 cadeiras”, disse.
O presidente criticou ainda a atual situação do comércio internacional. Segundo ele, a Organização Mundial do Comércio (OMC) está paralisada por causa de “interesses geopolíticos e econômicos”.
“Reverter o novo impulso ao protecionismo, que prejudica desproporcionalmente os países em desenvolvimento, é essencial para garantir um comércio mais equitativo. Essas mudanças terão impacto limitado sem reformas efetivas”, disse.
*enviada especial