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Lula propõe nova constituinte e revisão de Carta da ONU, feita em 1945

Durante último discurso em Nova York, na sessão ministerial do G20, presidente brasileiro defendeu maior participação de países do sul global

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante agenda em Nova Iorque

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta quarta-feira (25), durante reunião do G20 em Nova Iorque, nos Estados Unidos, a reforma da carta de criação da Organização das Nações Unidas (ONU), assinada no dia 26 de junho de 1945. Segundo Lula, as regras antigas, de quando a ONU tinha apenas 51 membros, já não contemplam mais a realidade atual de seus 193 integrantes.

Na abertura do encontro, Lula propôs uma nova assembleia constituinte para reformulação das regras da ONU. A proposta, apresentada aos embaixadores dos países que compõe o G20, é feita com base no artigo 109 da ONU, que diz que, caso haja aprovação de dois terços dos países membros e de todos os membros permanentes do Conselho de Segurança, a carta de 1945 poderá ser alterada.

Apesar de constar no documento de fundação da ONU, o artigo jamais foi invocado para convocar uma nova assembleia constituinte.

Na avaliação de Lula, falta representatividade de países do Sul Global (em desenvolvimento), que precisam ocupar mais espaços de decisão. Além disso, a falta de participação dos demais países em decisões importantes tem sucitado a crise de confiança pela qual passa, sobretudo, o Conselho de Segurança a ONU.

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“O Brasil mantém firme sua posição histórica: a ONU deve estar sempre no centro da governança global. A Organização passa por uma crise de confiança, que precisa ser restabelecida. O Pacto para o Futuro representa um passo importante nessa direção”, discursou o presidente.

Ainda segundo Lula, a mudança seria crucial para incluir mais representatividade nas decisões da ONU, que hoje, de acordo com o presidente, é refém dos países mais ricos do planeta.

“Para romper esse ciclo vicioso, precisamos de coragem para mudar e empenho para superar as diferenças. Nossa capacidade de resposta é prejudicada, em particular, pela falta de representatividade que afeta as organizações internacionais”, disse o presidente.

“Se os países ricos querem o apoio do mundo em desenvolvimento para o enfrentamento das múltiplas crises do nosso tempo, o Sul Global precisa estar plenamente representado nos principais foros de decisão”, completou.

Em seu discurso na abertura da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada na terça-feira (24), o presidente chegou a mencionar que invocaria mudanças na estrutura da ONU, mas não chegou a apresentar a proposta. Uma das principais demandas do governo brasileiro é a reforma do Conselho de Segurança da ONU, onde o Brasil pleiteia uma cadeira permanente no colegiado.


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Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.
Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio