Para garantir recursos para duplicação da 381, movimento aciona os 53 deputados de MG

Movimento de prefeituras e associações envia e-mail a deputados mineiros para incluir R$ 650 milhões no orçamento federal de 2026

Trânsito na BR-381 na saída de BH: cenário comum em estrada sem duplicação

O Movimento Pró-Vidas BR-381 enviou, na última sexta-feira (5), um e-mail destinado aos 53 parlamentares que integram a bancada de Minas Gerais na Câmara dos Deputados para garantir uma fatia de R$ 650 milhões no orçamento federal para obras na rodovia. A campanha movida pelo grupo formado por prefeituras, vereadores, sindicatos e associações empresariais de cidades mineiras cortadas pela infamemente batizada ‘Rodovia da Morte’ atua contra o receio de que as obras na via entre Belo Horizonte e Caeté não aconteçam por falta de recursos.

Segundo o movimento, o orçamento em discussão no Congresso Nacional só apresenta um aporte de R$ 96 milhões destinado às obras na BR-381 via Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT). A ideia do grupo é que o valor alcance os R$ 650 milhões para o início das obras de duplicação do trecho de cerca de 31 quilômetros da capital até Caeté.

Parte dos recursos, conforme aponta o pleito do Pró-vidas, pode ser feito via emendas parlamentares ou por uma emenda coletiva. Em outubro, o coordenador do movimento, Clésio Gonçalves, se reuniu com o líder da bancada mineira na Câmara, o deputado Igor Timo (PSD) para pleitear R$ 200 milhões via emendas para obras na estrada.

Assinam a correspondência eletrônica como integrantes do Movimento Pró-Vidas BR-381 as prefeituras de Governador Valadares, João Monlevade, Itabira, Rio Piracicaba, Timóteo e São Gonçalo do Rio Abaixo.

Além dos municípios estão entre os signatários a Federação das Empresas de Transportes e Logística do Estado de Minas Gerais (Fetcemg), a Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Doce (Ardoce), o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviários de Cargas do Estado (Setcemg), o Sindicato Metabase de Itabira, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) e a regional Rio Doce da Federação de Indústrias dos Estado de Minas Gerais (Fiemg).

A duplicação da BR-381

Em agosto de 2024, após três anos consecutivos de leilões desertos, a BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares foi concedida à iniciativa privada em pregão vencido pela gestora de investimentos 4UM. O sucesso no empreendimento encerrou uma novela de décadas pela privatização da estrada e iniciou uma nova etapa da história.

Como forma de viabilizar a privatização, o Ministério dos Transportes modelou o contrato de concessão com a retirada do trecho entre Belo Horizonte e Caeté do cronograma de obras sob responsabilidade da concessionária. Cabe, portanto, ao governo federal realizar as

intervenções no trecho mais complexo da estrada.

A pasta entendeu que o terreno acidentado da região representava um risco geológico e que a necessidade de remoção de milhares de famílias que vivem às margens da estrada, um risco jurídico. Ambas as situações, de acordo com o governo federal, afastavam o interesse de empresas que poderiam apresentar lances em leilões de privatização malfadados nos últimos anos.

As obras de duplicação da rodovia nos lotes 8A — entre Caeté e Ravena— e 8B — entre Ravena e Belo Horizonte — ainda não começaram. Um dos imbróglios que atravanca os processos é o trabalho para realocação de famílias que vivem às margens da rodovia na capital mineira.

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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.

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