O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca no sábado (21) para Nova York, nos Estados Unidos, onde participa de uma série de compromissos, incluindo a 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Pressionado pelas queimadas e demais tragédias causadas pelo clima no país, Lula deve incluir em seu discurso a necessidade de participação dos países no combate à mudança climática.
Seguindo a tradição, o presidente brasileiro abre os discursos dos chefes de estados na cerimônia que abre o evento, na próxima terça-feira (24). A previsão é que o Brasil reforce também outras demandas em seu discurso, como uma defesa mais enfática de mudanças na governança da ONU e o combate à fome.
“Podemos esperar que eles [temas] sigam um pouco a agenda que o Brasil propôs para o G20, ou seja, que falem de inclusão, combate à fome, transição energética e reforma da governança global”, explicou o secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Carlos Márcio Cozendey.
Segundo o diplomata, os temas são eixos centrais das discussões que o Brasil que já adota atualmente na presidência do G20 - grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, além da União Africana de Países. Neste ano, o Brasil preside o grupo.
Sobre as queimadas e eventos extremos ocorridos no Brasil, Cozendey disse que o governo brasileiro deve levar para o cenário internacional que é preciso agir rapidamente. “O que vemos no Brasil tem uma relação muito grande com os eventos climáticos extremos, seja uma seca excepcional que está, de certa maneira, relacionada às transformações que têm acontecido”.
O presidente Lula chegará aos Estados Unidos no sábado (21) e tem previsão de retorno ao Brasil na quarta-feira (25). Além da Assembleia Geral da ONU, o presidente brasileiro participará de encontros com chefes-estado e grupos de interesse do Brasil.
União contra a extrema-direita e paz na Ucrânia
No mesmo dia, à margem da Assembleia na ONU, o Brasil também promove um encontro com a Espanha onde serão discutidas estratégias para conter o avanço da extrema-direita. A iniciativa foi elaborada junto com o presidente espanhol, Pedro Sánchez, que esteve no Brasil em março deste ano.
Segundo o embaixador do MRE, os países convidados pelos dois presidentes vão discutir questões como os impactos que a desinformação tem gerado nos processos democráticos.
Posterior a essa agenda, no dia 27, o Brasil vai encabeçar uma reunião, junto com a China, onde será apresentada uma proposta para a solução do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Nesta semana, o tema foi abordado por Lula em uma conversa, por telefone, com o presidente russo Vladimir Putin.
Como Lula já terá embarcado de volta para o Brasil, a reunião será chefiada pelo ministro das Relações Exteriores do país, Mauro Vieira.
