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Governo fala em “fortes suspeitas” de que incêndios florestais pelo país sejam criminosos

O presidente Lula se reuniu com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na sala de acompanhamento dos focos incêndio na sede do Ibama, em Brasília

O presidente Lula durante visita à Prevfogo, na sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), em Brasília

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse neste domingo (25) que há “fortes suspeitas” de que a onda de incêndios florestais em várias partes do país seja intencional. Ela afirmou que pode estar acontecendo um novo “dia do fogo”, em referência a queimadas ilegais promovidas por fazendeiros no Pará em agosto de 2019.

“Tem uma situação atípica. Você começa a ter em uma semana, praticamente em dois dias, vários municípios queimando ao mesmo tempo e isso não faz parte da nossa curva de experiência na nossa trajetória de tantos anos de abordagem do fogo”, declarou Marina após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na sede do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), em Brasília.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, completou: “Minha avó falava: ‘Se há fumaça, há fogo’. Se ela estivesse viva, ela ia dizer: ‘Se tem fogo coordenado, ao mesmo tempo, de forma atípica, deve ter crime’”.

Marina negou ainda que haja uma falha do governo em prevenir o fogo. Disse que as campanhas de conscientização estão sendo feitas e que a situação poderia ser “muito difícil” sem o trabalho preventivo realizado desde o ano passado, incluindo a redução do desmatamento na Amazônia.

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Também presente na reunião, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos, afirmou que a corporação já instaurou 31 inquéritos para investigar as queimadas, sendo 29 na Amazônia e no Pantanal e dois nas cidades paulistas de São José do Rio Preto e Ribeirão Preto. Ele afirmou que só após a conclusão das investigações será possível indicar o que está por trás dessas ações.

Focos de incêndios florestais têm sido registados em várias partes do país, como na Amazônia, no Pantanal e no interior de São Paulo. O tempo seco e quente favorece a propagação do fogo.

Cidades como Uberlândia e Brasília amanheceram neste domingo cobertas pela fumaça, que se arrasta pelo país com as correntes de ar. Até às 16h02, a mesma situação havia provocado o cancelamento de 26 voos no aeroporto de Goiânia em razão da baixa visibilidade.

A situação prejudicou até aeronaves que vão ajudar no combate aos focos de incêndio. Marina Silva afirmou que o KC-390 Millenium, avião da Aeronáutica com capacidade de despejar 12 mil litros de água em 7 segundos e que já atuou nas queimadas no Pantanal, foi impedido de decolar em Ribeirão Preto (SP) por causa da fumaça.


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Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.