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Congresso: perdão a partidos, jogos de azar e tributária serão desafios no 2º semestre

Deputados e senadores retomam os trabalhos só em agosto, e pautas de impacto ainda precisam de análise

Congresso Nacional

Deputados e senadores devem retomar os trabalhos no Legislativo a partir de agosto. No entanto, os trabalhos no Congresso Nacional devem desacelerar até a realização das eleições municipais em outubro.

A pauta comum de votações traz a regulamentação da reforma tributária e o orçamento de 2025. Outras propostas negociadas são a reoneração da folha de pagamentos e a repactuação das dívidas dos estados com a União. Ambas estão em análise no Senado.

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NO SENADO, AGENDA CHEIA

Há meses em negociação com o governo, a reoneração enfrenta como principal discordância o método de compensação financeira para evitar impactos negativos nas finanças públicas. O governo está avaliando a possibilidade de aumentar em 1% a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para empresas. No entanto, os parlamentares se opõem a essa medida. O novo prazo estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para encontrar uma solução é até 11 de setembro.

O Senado também articula para resolver o montante de R$ 764,9 bilhões em dívidas que os Estados têm com a União. Rodrigo Pacheco propôs um projeto com opções para modificar o pagamento dos juros.

A principal proposta de regulamentação da reforma tributária, que trata dos novos impostos criados, já foi aprovada na Câmara dos Deputados e agora está sendo discutida no Senado, onde tem um prazo de 45 dias para ser votada.

Além disso, estão em pauta:

  • PEC da Anistia: perdoa siglas que não cumpriram os repasses mínimos para candidatos negros em eleições anteriores. Há apoio da maioria dos partidos.
  • PEC da autonomia do Banco Central: altera o regime jurídico do BC. Governo é contra tornar o BC uma empresa pública e negocia mudanças no texto.
  • Inteligência Artificial: o marco legal do uso da ferramenta no país é analisado por uma comissão temporária. O tema é considerado prioritário para Pacheco.
  • Jogos de azar: projeto que autoriza cassinos, bingos e jogo do bicho aguarda votação no plenário. Senadores da bancada evangélica são contra.

CÂMARA TEM PENDÊNCIAS

Os deputados ainda precisam aprovar o segundo projeto enviado pelo governo sobre a regulamentação da reforma tributária. A proposta trata do Comitê Gestor que administrará o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou em entrevista à CNN Brasil que o foco de votações da Casa será propostas sobre temas ambientais, de segurança pública, desenvolvimento e turismo.

A Câmara também analisa a representação contra o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), investigado pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), em 2018. A relatora no Conselho de Ética, deputada Jack Rocha (PT-ES), deve apresentar o relatório em agosto.

SUCESSÃO DE LIRA

No segundo semestre, as negociações sobre a sucessão de Lira na Câmara e de Pacheco no Senado devem ganhar intensidade. Ambos estão impedidos de se reeleger.

Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados

Os novos presidentes serão eleitos em fevereiro de 2025. No Senado, o favorito é Davi Alcolumbre (União-AP), que ocupou o cargo de 2019 a 2021.

Na Câmara, a disputa pelo cargo envolve os deputados Antonio Brito (PSD-BA), Elmar Nascimento (União-BA) e Marcos Pereira (Republicanos-SP). Lira deve anunciar seu candidato em agosto.


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Jornalista com trajetória na cobertura dos Três Poderes. Formada pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), atuou como editora de política nos jornais O Tempo e Poder360. Atualmente, é coordenadora de conteúdo na Itatiaia na capital federal.
Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.