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Após férias, Congresso terá pela frente pautas econômicas e negociações para presidências do Senado e Câmara

Ritmo dos trabalhos no Congresso ainda sofrerá interferência do período eleitoral. Em agosto, Câmara funcionará apenas em seis datas

Disputa pela presidência da Câmara dos Deputados terá, pelo menos, três nomes; sucessor de Lira será decidido no início de 2025

O Congresso Nacional retomará os trabalhos em agosto com uma extensa lista de pautas para discussão e votação. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal precisarão conciliar a agenda legislativa com a interferência do período eleitoral no calendário e as campanhas dos candidatos à sucessão das presidências das duas casas. A principal prioridade nos próximos meses deverão ser as pautas econômicas: a regulamentação da reforma tributária e o orçamento.

A Câmara trabalhará em apenas seis datas no mês de agosto — nos dias 12, 13, 14, 26, 27 e 28 — e logo na primeira sessão deverá iniciar e concluir a votação do Projeto de Lei Complementar (PLP) que trata do comitê gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e remetê-lo ao Senado Federal.

No âmbito das comissões, a Casa ainda precisará dar um desfecho ao processo de cassação do mandato do deputado federal Chiquinho Brazão (Sem Partido-RJ), que corre no Conselho de Ética. Brazão está preso desde 24 de março. Ele é apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos mandantes do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco em um atentado que também deixou morto o motorista Anderson Gomes.

Após a eleição municipal, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) deverá seguir com a tramitação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA).

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Os meses que se seguirão também serão atravessados pela disputa por apoios para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL). Três candidatos à presidência da Câmara despontam hoje: o aliado direto de Lira, Elmar Nascimento (União Brasil-BA), além de Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Antonio Brito (PSD-BA). O atual presidente ainda não revelou quem será o nome apoiado por ele para sucedê-lo.

Enquanto na Câmara o cenário está embolado, no Senado Federal a disputa parece sacramentada com o apoio do presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Entretanto, no plenário, o Senado precisará se debruçar sobre uma série de pautas. Entre elas, o Projeto da Lei (PL) que mantém a desoneração em 2024 e institui um regime de reoneração gradual entre os anos de 2025 e 2028, e a proposta de autoria do próprio Pacheco prevendo uma solução definitiva para o imbróglio da dívida dos estados com a União.

Na Comissão de Constituição e Justiça deverão tramitar ainda o PLP que regulamenta os impostos da reforma tributária — aprovado na Câmara antes do recesso —, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que confere autonomia administrativa e financeira ao Banco Central (BC) e a PEC da Anistia para perdoar os partidos que desrespeitaram a legislação eleitoral no último pleito.


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Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.