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Alexandre de Moraes se declara impedido de julgar ação contra fuzileiro naval por ameaça à sua família

Ministro confirmou prisão de Raul Fonseca de Oliveira e o irmão dele, Oliveirino de Oliveira Junior

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, se declarou impedido de se manifestar em uma ação que envolve a prisão de um fuzileiro naval e seu irmão por ameaças a ele. Com isso, o processo será redistribuído na Corte para a designação de um novo relator.

O impedimento de Moraes consta da decisão publicada por ele neste sábado (1º) e que manteve a prisão do fuzileiro naval Raul Fonseca de Oliveira e seu irmão Oliveirino de Oliveira Junior. Ambos foram presos nesta sexta-feira (31), no Rio de Janeiro e em São Paulo, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O STF autorizou as prisões.

“Nos termos do art. 252, IV, do Código de Processo Penal, indico meu IMPEDIMENTO em relação aos crimes previstos nos arts. 147 (ameaça) e 147-A (perseguição) do Código Penal e DETERMINO A EXTRAÇÃO DE CÓPIAS INTEGRAIS COM IMEDIATA REDISTRIBUIÇÃO PARA A REALIZAÇÃO DESSA INVESTIGAÇÃO, observado o disposto nos arts. 67, § 3º, c/c art. 10, do Regimento Interno do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL”, disse Moraes no âmbito da Petição 12.604.

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Conforme o procurador-geral Paulo Gonet, há provas suficientes dos crimes praticados pelos dois suspeitos e o conteúdo das mensagens disparadas a Alexandre de Moraes demonstram claramente as ameaças feitas.

O gabinete do ministro esclareceu ainda, neste sábado (1º), que as prisões foram mantidas especificamente com base no crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, pelo qual os dois são investigados. Isto porque o conteúdo das mensagens sobre a família do ministro também se referem a ‘comunismo’ e ‘antipatriotismo’.

Como mostrou a Itatiaia, o fuzileiro naval Raul Fonseca de Oliveira, de 42 anos, responde a um outro processo, dessa vez no Superior Tribunal Militar (STM), onde recorre de uma decisão que determinou que ele seja detido por três meses e 20 dias por abandono do posto.


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Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.