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Liberação dos primeiros elevadores da Cidade Administrativa deve demorar dois meses, estima Governo de Minas

Executivo estadual trabalha com retomada gradual da operação dos elevadores e terá que fazer obra emergencial na estrutura dos prédios da Cidade Administrativa

Elevadores foram interditados por problemas estruturais na Cidade Administrativa

Com 52 elevadores paralisados e mais de 6 mil servidores mandados para o trabalho remoto, o Governo de Minas estima que os primeiros aparelhos só sejam consertados em dois meses. Uma solução definitiva deve levar, ao menos, seis meses, segundo previsão do vice-governador Mateus Simões (Novo).

Em Brasília, onde concedeu entrevista exclusiva à Itatiaia, Simões disse que o conserto será gradativo.

“Nós já estamos com uma contratação emergencial para garantir que os elevadores sejam gradativamente consertados. Cada um que for consertado você tem que desmontar o elevador interinho, tirar ele lá de dentro para refazer a estrutura de concreto atrás dele”, explica o vice-governador.

Segundo ele, a prioridade é liberar os elevadores que transportam os servidores a todos os andares, depois os que vão somente aos níveis mais elevados e, por últimos, os elevadores que atendem os primeiros andares. Servidores que atuam no atendimento ao cidadão foram remanejados para os níveis mais baixos para que funcionários públicos e os cidadãos possam acessá-los por meio de escadas.

“A perspectiva é de a gente ter alguma solução em menos de dois meses para os primeiros elevadores voltarem a funcionar. O trabalho inteiro é um trabalho de mais de seis meses, infelizmente, um prejuízo grave para os nossos servidores”, afirmou.

Problema foi constatado em setembro

A interrupção dos elevadores começou no Prédio Minas, em setembro do ano passado, quando foram constatados os primeiros problemas estruturais nos equipamentos. De acordo com Mateus Simões, a equipe de manutenção da Cidade Administrativa notou a presença de pó de concreto no fosso dos elevadores, o que chamou a atenção dos técnicos.

“Eles viram esse pó e chamaram a nossa equipe. Falaram: ‘gente tem alguma coisa acontecendo na construção que está aqui para cima’. E isso é que acendeu as luzes lá no final do ano passado e levou à nossa primeira perícia, que identificou problemas na construção do fosso dos elevadores”, afirmou.

Em abril, uma nova perícia feita por uma empresa de engenharia contratada pelo Governo de Minas recomendou a interrupção de todos os elevadores, tanto do prédio Minas como do Gerais. A paralisação total, no entanto, só foi oficializada em maio, após uma nova perícia, dessa vez feita pela Polícia Civil.

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Simões voltou a citar episódios de corrupção envolveno as empreiteiras responsáveis pela construção da Cidade Administrativa, inaugurada em 4 de março de 2010, no último dia de mandato do então governador Aécio Neves (PSDB).

“Quem estava preocupado em fazer negócio não estava preocupado em fazer, bem feito, o prédio”, criticou, ao sinalizar que parte das nove construtoras contratadas para executarem as obras reconheceram práticas de corrupção em acordos de leniência firmados com o Estado.

“As construtoras que fizeram a Cidade Administrativa já assinaram conosco acordo de leniência reconhecendo que elas praticaram superfaturamento e conluio para ganhar essa licitação e já devolveram R$ 400 milhões para o governo do estado de Minas Gerais”, afirmou.

Os recursos, no entanto, não foram totalmente pagos, já que os acordos preveem o ressarcimento em parcelas que serão repassados ao Governo de Minas nos próximos anos.


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Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.
Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.