A Polícia Federal vai investigar parlamentares e influencers que estariam divulgando desinformações (fake news) sobre ações dos governos federal, estaduais e municipais nas enchentes do Rio Grande do Sul. O pedido de abertura da investigação foi feito pelo Ministério da Justiça e Segurança e inclui nomes como o senador Cleitinho (Republicanos-MG), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o coach Pablo Marçal.
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Todos estão citados no ofício encaminhado ao Ministério da Justiça pelo o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta. O documento lista contas em redes sociais e postagens na internet que vêm disseminando informações falsas sobre o trabalho de resgate de pessoas e sobre a recuperação dos estragos no estado.
Segundo Pimenta, as narrativas inventadas na internet, além de não ter paralelo com a realidade, também afetam diretamente a vida das pessoas e os trabalhos de resgate.
“A propagação de falsidades pode diminuir a confiança da população nas capacidades de resposta do Estado, prejudicando os esforços de evacuação e resgate em momentos críticos”, diz o ofício.
De acordo com o Ministério da Justiça, a investigação irá apurar ilícitos ou eventuais crimes relacionados à disseminação de desinformação e individualização de condutas.
Em parceria com a Advocacia-Geral da União (AGU), serão acionados órgãos competentes para ações judiciais de responsabilização dos culpados.
Postagens
As postagens que estão sendo investigadas incluem informações rebatidas pelo Governo do Rio Grande do Sul sobre a entrada de doações e também sobre a atuação do Governo Federal e das Forças Armadas na resposta à crise no estado gaúcho.
No caso do senador Cleitinho, o mineiro publicou uma informação do coach Pablo Marçal que alega que caminhões com doações destinadas ao Rio Grande do Sul estariam sendo barrados de entrar no Estado por falta de nota fiscal. A informação foi desmentida pela Secretaria de Fazenda de Santa Caratina e do Rio Grande do Sul. A Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) também se manifestou em nota alegando que os veículos de carga que passam por Santa Catarina em direção ao Rio Grande do Sul passam por um procedimento simplificado de fiscalização e são liberados para seguir viagem. “Não há solicitação de nota fiscal e nem aplicação de multas sobre veículos que transportam donativos”, afirma o órgão.
Sobre o deputado Eduardo Bolsonaro, o ministro da Secom aponta que o parlamentar publicou nas redes sociais que o governo federal teria demorado quatro dias para enviar reforços à região.
Ambos foram procurados para comentar a investigação, mas não responderam o contato da reportagem. A assessoria do coach Pablo Marçal não foi encontrada para comentar a investigação.