Copasa dobrou o valor de mercado em 2025 com privatização e revisão de tarifas no radar

Companhia de Saneamento de Minas Gerais teve uma valorização acumulada de 113,9% em 2025; Para 2026, mercado espera a conclusão da privatização

Ações da Copasa tiveram um salto de R$ 23,39 em 2025

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) teve uma valorização em 2025 que dobrou seu valor de mercado, com uma alta de 113.93% no ano. As ações negociadas na bolsa tiveram um salto de R$ 23,39, saindo de R$ 20,53 no início de janeiro para R$ 43,92 no último dia de negociações na bolsa de valores nessa terça-feira (30).

Com a valorização, o valor de mercado da empresa chegou a R$ 16,70 bilhões. O resultado positivo foi importante, inclusive, para que a empresa entre na carteira teórica do Índice Bovespa (Ibovespa) em 2026, o principal indicador do mercado de ações brasileiro. A estatal mineira terá um peso de 0,35% naquele que é considerado o termômetro da bolsa de valores.

O bom momento da Copasa foi sustentado pela perspectiva de privatização da empresa, primeiro com o fim da necessidade de uma consulta popular para a alienação da participação societária do estado, aprovado em novembro na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, e depois com a aprovação do projeto que permite a venda da estatal, no último dia 17 de dezembro.

Durante esse processo, um relatório do banco BTG Pactual chegou a considerar a não privatização da empresa como “improvável”. A análise dos especialistas da instituição considera que, com um modelo de privatização similar a empresa de Saneamento de São Paulo (Sabesp), a Copasa pode chegar a um preço de R$ 55 por ação. Esse valor representa um valor de mercado da empresa de R$ 20,9 bilhões.

Outro ponto positivo que sustenta a alta da empresa, segundo as analises do mercado, são as revisões tarifárias promovidas pela Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário de Minas Gerais (Arsae-MG). Neste mês, a agência anunciou um reajuste de 6,56% nas tarifas dos serviços, com a justificativa de buscar “equilíbrio entre sustentabilidade financeira, eficiência operacional e justiça tarifária”.

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Segundo um relatório da XP Investimentos, a privatização da empresa se somou aos reajustes tarifários para impulsionar o valor de mercado da Copasa. “O processo de revisão tarifária sem grandes eventos reduziu o risco de quaisquer surpresas negativas para os fundamentos da empresa estatal durante o próximo ciclo tarifário”, escreve.

Para a corretora, os maiores riscos para a empresa seriam atrasos relevantes nas medidas necessárias para a privatização. Agora, com as leis aprovadas na Assembleia, o governo do estado trabalha na modelagem da desestatização da companhia, com um leilão sendo esperado logo nos primeiros meses do ano.

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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