Governo federal homologa tombamento do antigo Dops, local de tortura na ditadura

Entre 1962 e 1975, o prédio foi a sede do Dops, órgão de repressão estatal existente durante a ditadura militar no Brasil

Em outubro, o Iphan já havia determinado o tombamento provisório do edifício.

O Ministério da Cultura homologou o tombamento definitivo do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), no Rio de Janeiro, em ato publicado no Diário Oficial da União nesta terça-feira (30).

O tombamento havia sido aprovado no mês passado pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), reconhecendo o valor do imóvel como “marco de lutas sociais e políticas em defesa da democracia”.

Em outubro, o Iphan já havia determinado o tombamento provisório do edifício, reconhecendo que o prédio preserva a memória dos anos de ditadura militar, marcados pela censura e por violações aos direitos humanos.

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O edifício foi inaugurado em novembro de 1910, com estrutura projetada pelo arquiteto Heitor de Mello. O prédio abrigou o Dops entre 1962 e 1975, sendo palco de torturas e de violências contra presos políticos da ditadura.

No local também funcionou o Acervo Nosso Sagrado — que já foi denominado Museu da Magia Negra e posteriormente rebatizado em reparação ao racismo religioso. No endereço, usado pela Polícia Civil do Rio, eram apreendidas peças durante cultos de religiões de matriz africana, no contexto da repressão e perseguição ao Candomblé e à Umbanda.

O imóvel do antigo Dops integra uma lista de 49 locais identificados pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) como espaços onde ocorreram violações de direitos humanos durante a ditadura, incluindo ocultação de corpos, mortes, torturas, mas também atos de resistência contra os militares.

Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já foi produtora de programas da grade e repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.

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