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Famílias do MST que invadiram fazenda em Lagoa Santa fazem acordo para sair do local

Reunião na sede do Incra terminou com decisão de saída e reassentamento

Reunião na sede do Incra discutiu termos para a saída dos integrantes do MST de fazenda invadida

As famílias do MST que invadiram uma fazenda em Lagoa Santa têm até amanhã para deixar o local. Na noite desta quarta (20), elas estão em assembleia na fazenda para decidir como será a retirada e a partir de qual hora. O acordo determina que a saída deve ser na quinta-feira, 21, até o fim do dia.

Todos serão reassentados em outras duas fazendas da Região Metropolitana de BH que já estão ocupadas e serão adquiridas pelo Incra em 60 dias: A Fazenda Usina, em Campo do Meio, e a Fazenda Nova Alegria, em Felisburgo.

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A saída será acompanhada pela Polícia Militar. Um caminhão vai ser usado para retirar os pertences de todos e também será feita a identificação de todos que estão na ocupação agora.

Limitação

Mais cedo, uma decisão da segunda instância do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) limitou o acesso de novas famílias do Movimento Sem Terra (MST) à fazenda Aroeiras, em Lagoa Santa, na Grande BH.

Os advogados do MST pediram ao tribunal a reversão da decisão para acabar com o cerco policial na fazenda e autorizar a entrada de novas famílias, mas a Justiça negou o pedido.

Histórico

A invasão à Fazenda Aroeiras pelo MST começou no dia 8 de março. Cerca de 500 famílias ocuparam o local no Dia Internacional da Mulher. Diversas mulheres participaram do movimento. O MST alega que a fazenda é improdutiva, o que foi contestado pelos proprietários.

O Governador Romeu Zema (Novo) disse, no dia 10, que o governo iria “apoiar os proprietários” para que a invasão fosse revertida. Reuniões de mediação, como a de hoje, foram realizadas na sede do Incra em BH e também no Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

Resposta do MST

À reportagem, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) afirmou que o acordo é uma “vitória do povo sem terra em Minas” e destacou que, em troca da saída, o Incra se comprometeu a regularizar áreas do Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, do Acampamento Terra Prometida, em Felisburgo e das áreas da Suzano, no Vale do Rio Doce. Além disso, o Incra deve apresentar uma alternativa de assentamento às 500 famílias que estavam na fazenda Aroeiras em Lagoa Santa.

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Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.