Durante discurso de encerramento do
Romeu Zema citou discussões sobre mudanças na Reforma Trabalhista e na autonomia do Banco Central, tema que foi abordado por Lula no ano passado, e disse que eventual alteração na Lei das Estatais pode fazer surgir um “novo Petrolão”.
O governador de Minas Gerais dizia sobre a queda da participação da economia brasileira a nível global quando criticou discussões levadas a cabo pelo governo Lula. De acordo com Romeu Zema, entre 1900 e 1980, o Brasil viveu uma realidade de crescimento econômico semelhante ao que a China atravessa nas últimas décadas. E que o percentual da participação do Brasil na economia mundial caiu de 4% para 2,3% nos últimos 40 anos.
“Infelizmente, de 1980 para cá, nós entramos naqueles países letárgicos de crescimento lento. O último dado que tive acesso, o Brasil representava 2,3% da economia do mundo, um retrocesso muito grande”, avaliou.
Para Zema a explicação para esta queda é o que ele chamou de “olhar para o passado”.
"É lamentável que, depois do avanço da Reforma Trabalhista, temos gente que fica discutindo para desfazê-la. É lamentável que, depois da melhoria na governança das estatais, venhamos a perder tempo em desfazer esse grande avanço, que vai evitar que um novo Petrolão surja”, afirmou.
Desde o ano passado, o governo discute com trabalhadores e empresas a regulamentação para o trabalho de motoristas de aplicativo. O tema deve ser votado no Congresso Nacional e está em análise, ainda, no Supremo Tribunal Federal (STF) - que já decidiu que o entendimento sobre um caso específico que chegou à Corte valerá para todos os demais casos que estejam tramitando na Justiça.
Sobre a governança das estatais, Zema se refere à mudança na Lei das Estatais, que passou a permitir - por conta de decisão do STF - nomeação de pessoas que ocuparam cargo público ou de direção partidária em empresas controladas pelo estado ou bancos públicos, como o BNDES, por exemplo.
“Não podemos ter retrocesso no Marco do Saneamento tentando desfazer o que vai levar saneamento para milhões de brasileiros, questionando a autonomia do Banco Central, estamos vendo aí a queda da inflação. Um presidente que passa a controlar o Banco Central é um presidente que não vai ter zelo pela moeda, mas pela próxima reeleição”, criticou.
“Isso só contribui para um ambiente de insegurança, de instabilidade e principalmente de falta de credibilidade. Isso é uma ducha de água fria nos investimentos. O que mais atrai investimento são regras claras e previsíveis e isso não temos assistido em um governo que o principal objetivo é só estender seus tentáculos para garantir reeleição e se perpetuar no poder eternamente”, atacou.
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