Moraes determina perda do mandato da deputada Carla Zambelli

Magistrado do STF anulou votação da Câmara dos Deputados

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, anulou a votação da Câmara dos Deputados que rejeitou a cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Com isso, ele determinou a perda imediata do mandato da parlamentar.

Na decisão, o ministro também estabelece o prazo de 48 horas para que o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos – PB), dê posse ao suplente da parlamentar, Coronel Tadeu (PL-SP).

Para Moraes, a deliberação que rejeitou a cassação de Zambelli “ocorreu em clara violação” à Constituição.

“Trata-se de ato nulo, por evidente inconstitucionalidade, presentes tanto o desrespeito aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade quanto flagrante desvio de finalidade”, escreveu o ministro.

Moraes também solicitou ao presidente da Primeira Turma do STF, ministro Flávio Dino, que marque para esta sexta-feira (12) uma sessão no plenário virtual para que os demais integrantes do colegiado decidam se mantêm ou não sua determinação.

O ministro reiterou que a Constituição Federal confere ao Judiciário a competência para decretar a perda do mandato de parlamentares condenados criminalmente com trânsito em julgado.

Nesses casos, cabe à Mesa da Câmara apenas formalizar a perda do mandato por meio de um ato administrativo obrigatório, sem margem para deliberação política.

Votação Câmara

A decisão de Moraes acontece após a Câmara dos Deputados decidir não cassar o mandato de Zambelli. Na quarta-feira (11), Motta decidiu pautar a votação da cassação da parlamentar.

Isso porque durante a votação do parecer que pedia a sua cassação, apenas 227 deputados votaram favoráveis pela perda do mandato, quando seriam necessários 257 votos para que ela perdesse de fato o cargo.

A votação aconteceu por volta de meia noite, o que dificultou o plenário a ter quórum e consequentemente os votos necessários para a sua cassação.

A decisão do plenário foi contra a votação que aconteceu na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), onde o colegiado teve maioria de votos pela perda do mandato com a ajuda de deputados do centrão.

A parlamentar foi condenada duas vezes pelo STF. A primeira condenação ocorreu após ela, junto ao hacker Walter Delgatti, invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A segunda se deu por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, no episódio em que Zambelli perseguiu e ameaçou um homem armada, na véspera do segundo turno das eleições de 2022.

Nas duas decisões, a Primeira Turma do Supremo determinou a perda do mandato da deputada.

Após a primeira condenação, Zambelli deixou o país e seguiu para a Itália. Ela foi presa em julho deste ano, após cooperação entre autoridades brasileiras e italianas.

Leia também

Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.
Jornalista com trajetória na cobertura dos Três Poderes. Formada pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), atuou como editora de política nos jornais O Tempo e Poder360. Atualmente, é coordenadora de conteúdo na Itatiaia na capital federal.

Ouvindo...