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Plenário do STF começa a julgar pedido de Zema para adiar retomada da cobrança da dívida de MG

Em dezembro, ministro Nunes Marques ampliou prazo para pagamento das parcelas da dívida; agora, questão será decidida pelo plenário

Em dezembro, ministro Nunes Marques concedeu liminar favorável ao adiamento da cobrança da dívida

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar, nesta sexta-feira (9), o pedido do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do presidente da Assembleia Legislativa (ALMG), deputado Tadeu Martins Leite (MDB), para adiar a retomada da cobrança, pela União, das parcelas da dívida por parte do estado.

A questão foi decidida em 13 de dezembro, após liminar concedida pelo ministro Nunes Marques, relator do processo. Na decisão, no entanto, ele marcou data para levar a questão ao plenário da Suprema Corte, que terá até o dia 20 de fevereiro para marcar uma posição sobre o assunto.

O prazo para que as parcelas da dívida pública com a União voltassem a ser cobradas terminaria no dia 20 de dezembro, mas Nunes Marques permitiu que o prazo fosse esticado em 120 dias, ou seja, até 20 de abril.

Na petição, Zema e Martins Leite argumentarm que tanto o governo de Minas Gerais como o governo federal tentam chegar a um consenso sobre o assunto - por meio de uma proposta alternativa enviada ao ministro Fernando Haddad (PT), pelo presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD).

“Cerrar os olhos para a situação fiscal de determinado ente da Federação sinalizaria irresponsabilidade dos Poderes do próprio Estado ou da União, considerado o pacto federalista, bem como eventual desvio de finalidade, tendo em conta a atuação das instituições públicas pautada pelos princípios da moralidade e da eficiência e pelas competências que lhes foram constitucionalmente atribuídas”, disse Nunes Marques em trecho da decisão.

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O que acontece, agora?

Até o dia 20 de fevereiro, os demais ministros do Supremo vão avaliar, em plenário virtual, se concordam ou discordam da decisão de Nunes Marques. Eles podem anexar seus votos ou mesmo abrir divergências pelo sistema eletrônico da Corte.

O governador Romeu Zema apresentou sua defesa sobre o caso na última terça-feira (6).

Como há um entendimento entre o Executivo federal e estadual sobre a questão, é provável que os ministros votem por referendar a decisão monocrática do ministro do STF.

Alternativa para a dívida

A ação no Supremo nasceu depois que Pacheco procurou o governo federal para viabilizar uma alternativa para a dívida de Minas Gerais com a União. Hoje, este valor é de cerca de R$ 160 bilhões.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendia, na Assembleia Legislativa, a adesão do estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que virou alvo de críticas por parte da classe política, capitaneada por Pacheco.

Em uma proposta alternativa encaminhada ao governo federal, o senador propôs a federalização de empresas estatais em troca de abater parte da dívida. Ele também sugeriu que recursos da compensação pelas perdas da Lei Kandir sejam utilizados no cálculo para que o valor total seja reduzido.

Neste momento, a proposta tramita dentro do Ministério da Fazenda, que estabeleceu prazo até o fim de março para dar um parecer ao governo de Minas sobre o assunto.

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Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.