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CPI critica gestão da PBH sobre população em situação de rua, mas não pede indiciamentos

Relatório final apresentado pela comissão deve ser votado nesta terça-feira (6)

CPI investigou situação de moradores em situação de rua em Belo Horizonte

A CPI da População em Situação de Rua, da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), vota nesta terça-feira (6), o relatório final resultado de um trabalho que durou seis meses. O documento não pede o indiciamento de autoridades, mas faz uma série de críticas à gestão da Prefeitura de BH (PBH).

A comissão investigou o atendimento do poder público aos moradores sem teto e o aumento do número de pessoas vivendo nas ruas. O relatório aponta problemas que foram observados na gestão deste fenômeno social na cidade e sugere medidas para lidar com a situação.

“A gestão da Prefeitura de Belo Horizonte em relação à situação dos moradores de rua tem se mostrado ineficaz, apesar do substancial orçamento destinado a essa área. Observa-se uma discrepância significativa entre os recursos financeiros investidos e os resultados obtidos, caracterizando uma situação onde temos uma “pasta rica para uma política pobre”, diz trecho do documento.

No relatório, os vereadores pedem que a prefeitura tenha comunicação com o Supremo Tribunal Federal (STF) para tratar de proibições jurídicas sobre o tema, como a ADPF 976, que proibe remoção forçada de pessoas da rua e recolhimento de pertences pessoais. Pede também políticas conjuntas entre as Secretarias de Assistências Social e a Secretaria de Saúde.

Os parlamentares belo-horizontinos também pedem maior atenção às denúncias das pessoas em situação de rua para melhorar o atendimento ao serviço público voltado a essas pessoas, além de readequar os valores de aluguel social do município. A CPI também vai pedir fiscalização mais rigorosa em ferros-velhos na região Noroeste.

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Outra crítica feita no relatório à prefeitura é com relação à falta de um levantamento preciso de dados sobre as pessoas em situação de rua. O texto também sugere que haja uma revisão crítica das estratégias atuais, com foco na colocação das pessoas em situação de rua no mercado de trabalho.

Ao longo de seis meses de trabalho, foram realizadas 39 reuniões, 56 pedidos de informação e 23 visitas técnicas, além de oitivas de secretários e subsecretários municipais de diversas áreas, que culminaram em um relatório de 250 páginas sobre a situação da população de rua que vive em BH.

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Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.