A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, reconheceu nesta sexta-feira (19) que o partido não conseguiu impor sua posição dentro do governo Lula sobre a privatização do metrô de Belo Horizonte. O partido era contrário à venda da CBTU Minas, estatal federal responsável pela gestão dos trens.
Mesmo diante de pedidos e
“O governo não é só PT. Nós temos um governo de coalizão, composto por vários partidos que dão sustentação ao presidente Lula. Então, nem sempre a posição que o governo externar vai ser a posição do PT. O PT dentro dessa coalizão também briga, puxa, pede, coloca seu posicionamento. Mas, infelizmente, nesse caso não fomos vitoriosos”, disse ela durante entrevista coletiva concedida na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
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A presidente do PT veio a Minas Gerais para discutir os planos da sigla para as eleições municipais de 2024. Mais cedo, ela se encontrou com a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT). No sábado, vai a Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, onde estará ao lado do prefeito Daniel Sucupira (PT).
Alckmin foi decisivo
No período de transição entre as administrações federais, a bancada do PT pressionou para o cancelamento das privatizações realizadas pelo governo federal em Minas Gerais.
Ele foi fundamental para a privatização da CBTU Minas. No dia 20 de dezembro, o vice-presidente chegou a anunciar que a equipe de transição pediria o adiamento do leilão.
Principal defensor da privatização, o governador Romeu Zema (Novo) ligou para Alckmin e o convenceu a mudar de posição. No dia seguinte, 21 de dezembro, o vice-presidente garantiu que o leilão seria realizado na data prevista, 22 de dezembro, o que de fato ocorreu.
Além da atuação política junto ao governo Lula, deputados do PT tentaram barrar a venda do metrô de Belo Horizonte na Justiça. Um dos questionamentos era o lance mínimo previsto, de R$ 19,3 milhões, enquanto o governo federal e o governo estadual aportariam, juntos, R$ 3,2 bilhões para ajudar no financiamento das obras.
Ao final, o grupo Comporte venceu com lance de R$ 25 milhões. Porém, terá que desembolsar mais R$ 500 milhões para, junto com o dinheiro público, ampliar a Linha 1 com a construção da estação Novo Eldorado, modernizar as demais 19 estações existentes e ainda construir a Linha 2, que ligará a estação Calafate ao Barreiro.