O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom-BC)
Entre os argumentos usados para tomar a decisão de não alterar a taxa de referência, os diretores citaram um ambiente externo incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos. Em relação à inflação, a autoridade monetária afirmou que os dados indicam um arrefecimento, mas o índice de preços se mantém acima da meta de 3%.
“O Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 15,00% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, disse o Copom em comunicado.
A manutenção da Selic já era esperada pelo mercado financeiro. A questão era se a nota divulgada pelo Copom daria brecha para um corte de juros na reunião de dezembro. Porém, o que se viu no comunicado foi um colegiado que afirma não hesitar em retomar o ciclo de alta caso julgue apropriado.
“O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê avalia que a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, destacou.
Governo pressionava pelo corte
Nos últimos dias, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pressionava o Banco Central por um corte na reunião de novembro. Nessa terça-feira (4), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que se fosse presidente do BC,
O petista afirmou que o momento atual da inflação permite a redução, vista por ele como inevitável. “Eu não sou diretor do Banco Central, mas se fosse, votava pela queda, porque não se sustenta 10% de juros reais”, disse o ministro da Fazenda.
Segundo um levantamento da MoneYou e Lev Intelligence, o
Em linhas gerais, a taxa de juros real é obtida pelo desconto da inflação da taxa de juros nominal. No caso, com a inflação em 5,17% no acumulado dos últimos 12 meses, e uma Selic em 15%, os juros reais estão estimados em 9,74%.