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CNH sem autoescolas: consulta pública termina neste domingo (2)

Governo deve usar contribuições da população para elaborar resolução do Contran com novas regras ainda neste ano

Governo tenta aprovar proposta que garante CNH mais acessível.

Termina neste domingo (2) o prazo para participação na consulta pública sobre a proposta do governo federal que prevê o fim da obrigatoriedade das autoescolas no processo de emissão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

A iniciativa, aberta na plataforma Participa + Brasil, tem como objetivo reduzir custos e burocracias para quem deseja tirar a carteira de motorista.

Com o encerramento da consulta, o governo deve avançar na elaboração de uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) com as novas regras para a obtenção da CNH.

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Por se tratar de uma norma administrativa, a medida não precisa passar pelo Congresso Nacional para entrar em vigor.

Mesmo assim, o ministro dos Transportes, Renan Filho, se reuniu na última semana com líderes partidários na Câmara dos Deputados para apresentar os detalhes da proposta e evitar desgastes políticos com o Legislativo.

Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da EBC, Renan afirmou que a mudança deve diminuir custos e simplificar o processo para futuros motoristas.

“A consulta acaba agora no dia 2 e eu espero que, ao final, a gente reúna todas as contribuições da sociedade. Acredito que a partir dessa data estaremos prontos para fazer o debate final do projeto”, disse o ministro.

Renan Filho também adiantou que o fim da obrigatoriedade das autoescolas deve entrar em vigor ainda neste ano e que o governo vai oferecer cursos gratuitos de formação para quem quiser obter a CNH.

Entenda o projeto

A proposta prevê o fim da obrigatoriedade do uso de Centros de Formação de Condutores (CFCs), conhecidos como autoescolas, no processo de emissão da CNH. O objetivo, segundo o governo, é reduzir os custos e ampliar o acesso à habilitação.

Atualmente, o valor médio para obtenção da CNH é de R$ 3.217,64, sendo 77% destinado às autoescolas. Com o novo modelo, os custos poderiam cair até 80%, chegando a cerca de R$ 645, de acordo com estimativas do governo federal.

A primeira fase da implementação deve abranger as categorias A (motocicletas) e B (veículos de passeio). Posteriormente, o modelo seria estendido às categorias C, D e E, voltadas ao transporte de cargas e passageiros.

O processo poderá ser iniciado pelo site da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) ou pelo aplicativo Carteira Digital de Trânsito (CDT).

Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.