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Remissão do câncer é o mesmo que cura? Entenda estágios do tratamento

Especialistas explicam o que é a remissão, a recidiva e a cura do câncer

A remissão de um câncer é uma fase comemorada pelos pacientes. Não sem razão, como explica o especialista Evandro Fagundes, médico hematologista e coordenador do setor de hematologia do Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte. “A remissão é um estado em que médico e paciente não conseguem enxergar, do ponto de vista clínico e de exames laboratoriais, o câncer no organismo”.

Mas isso não significa, necessariamente, que o paciente está curado. “Alguns pacientes que alcançam a remissão, infelizmente, podem ter raios de volta. É o que se chama recidiva da doença”, explica o médico.

Entenda em detalhes o que é a remissão e o que pode acontecer antes da cura da doença.

Estágios

O câncer é uma doença que tem tratamentos variados, como cirurgias, quimioterapia, radioterapia e até novos procedimentos, como o CAR-T. Para todos os tumores, há três estágios que podem aparecer: a remissão, a recidiva e a tão esperada cura. Veja o que é cada um deles.

Remissão

O estágio de remissão de um câncer ocorre quando não é mais possível enxergar o câncer no organismo, ou seja, exames e análises clínicas não detectam mais células cancerígenas, como explicou o médico Evandro Fagundes, hematologista do Hospital Felício Rocho.

Para ser considerado um câncer em remissão, é necessário um determinado tempo sem sinais do câncer sendo detectado no organismo. Esse tempo muda de acordo com cada tipo de câncer, como explica o Glossário da Oncoclínicas, empresa especializada no tratamento da doença.

Quando começa a remissão?

“A remissão pode começar imediatamente após o tratamento”, como explica o médico oncologista do grupo Oncoclínicas, Bruno Favato Neto. No entanto, o momento exato varia, de acordo com o paciente e com os tratamentos utilizados. “Em alguns casos, a remissão é observada logo após a conclusão do tratamento inicial, enquanto em outros pode levar meses ou até anos”, conclui Favato.

Remissão do câncer é o mesmo que cura?

Não. O oncologista Bruno Favato Neto, do grupo Oncoclínicas, explica: “A remissão não significa necessariamente que o câncer está curado. Ela indica que o câncer não está ativo no momento, mas não garante que ele não retornará".

Existem dois tipos de remissão:

  • parcial, quando há uma redução significativa no tamanho ou na quantidade do tumor
  • completa, quando todos os sinais da doença desaparecem.

Mas atenção: mesmo na remissão completa, há a possibilidade de o câncer retornar, o que chamamos de recorrência ou recidiva (ver detalhe abaixo).

Quais cuidados médicos manter durante a remissão?

O médico oncologista Bruno Favato Neto explica essa fase exige atenção constante e abordagem proativa para garantir que qualquer sinal de retorno do câncer seja identificado e tratado rapidamente, aumentando as chances de manter a remissão e, eventualmente, alcançar a cura definitiva.

Ou seja: é fundamental seguir com cuidados e acompanhamentos médicos. “O paciente deve manter consultas regulares com o oncologista, seguir um plano de cuidados personalizado e realizar exames periódicos para monitorar qualquer sinal de retorno do câncer”, afirmou.

O oncologista reforça que é importante, também, que o paciente adote um estilo de vida saudável, com dieta balanceada, prática de exercícios físicos e cuidados com a saúde mental.

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No entanto, essa ausência de sinais não é, necessariamente, a cura completa do câncer. Alguns pacientes podem ter o que se chama recidiva.

Recidiva

A recidiva é sinônimo de recaída ou recorrência, segundo o Glossário da Oncoclínicas, ou seja, é quando uma doença que não podia mais ser detectada no organismo reaparece. Evandro Fagundes, hematologista do Hospital Felício Rocho, explica que “infelizmente, alcançar a remissão não significa cura, alguns pacientes que alcançam remissão, infelizmente podem ter raios de volta, o que a gente chama de recidiva da doença”.

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Cura

A cura, por outro lado, é quando todos os sinais e sintomas da doença desaparecem, de acordo com o Glossário da Oncoclínicas. “A possibilidade de cura ocorre quando, além de alcançar a remissão, o paciente tem uma remissão duradoura”, explica o especialista Fagundes. “Não existe um número cabalístico, é o tempo que vai nos dizer se houve, realmente, a cura. Mas quanto mais tempo sem sinais, melhor, mais podemos dizer que um paciente está curado”, explica.

O oncologista Favato Neto explica que, em geral, “para considerar a cura definitiva, o paciente deve permanecer em remissão completa por um período prolongado, geralmente cinco anos ou mais, sem sinais de retorno do câncer. Durante esse tempo, o acompanhamento médico rigoroso é essencial para detectar qualquer indício de recaída de forma precoce”.

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Monitoramento

Evandro Fagundes explica que hoje existem exames mais aprofundados que podem ajudar a detectar o que os médicos chamam de DRM - Doença Residual Mínima ou Doença Residual Mensiurável - e que permitem monitorar a presença de células cancerígenas.

“Essa DRM é aquela quantidade que os olhos do médico não conseguem enxergar. Na leucemia, por exemplo, ela pode entrar em um estado de remissão, mas às vezes eu consigo através desses exames especiais detectar pequeninas quantidades de leucemia. Essa DRM positiva ou negativa é um fator prognóstico importante para a pessoa manter-se em remissão completa. Um paciente que consegue alcançar a DRM negativa tem mais probabilidade de, eventualmente, estar curado da sua leucemia do que aquele paciente que tem uma DRM positiva”, explica.

O especialista alerta, também, que tudo isso deve ser feito com o acompanhamento médico e os resultados interpretados com cautela em conjunto com todas as informações clínicas do paciente.


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Coordenadora de jornalismo digital na Itatiaia. Jornalista formada pela UFMG, com mestrado profissional em comunicação digital e estratégias de comunicação na Sorbonne, em Paris. Anteriormente foi Chefe de Reportagem na Globo em Minas e produtora dos jornais exibidos em rede nacional.
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