O câncer representa hoje um dos principais desafios para a saúde pública em todo o mundo. Como consequência, a doença é também uma das principais barreiras para o aumento da expectativa de vida.
De acordo com levantamento mais recente da Sociedade Americana do Câncer, cerca de 20 milhões de pessoas foram diagnosticadas com algum tipo de tumor no mundo em 2022. Mais de 9 milhões morreram.
No Brasil, o câncer já é a segunda principal causa de morte, com expectativa de mais de 704 mil novos casos por ano até 2025. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Pelas estimativas, até 2030, a doença ocupará o primeiro lugar como principal causa de morte no país.
O cenário é alarmante, mas paralelo ao aumento expressivo dos casos, também crescem as opções de diagnóstico e tratamento personalizado para cada tipo de câncer.
De acordo com Breno Jeha Araujo, oncologista responsável por genômica clínica da Oncoclínicas, a medicina de precisão chega com o objetivo de unir os dados clínicos como a história pessoal, história familiar do paciente, exames de imagem, exames anatomopatológicos e tentar unir e aliar isso ao perfil genético do indivíduo para monitorar o risco de desenvolvimento da doença ou personalização de um tratamento mais assertivo.
“A chave da medicina de precisão é a análise do DNA para tentar identificar essas alterações genéticas sempre que bem indicado. A partir da detecção de uma mutação, de uma variante patogênica no DNA daquele paciente, como por exemplo BRCA, que a gente sempre escuta falar, existem estratégias para uma vigilância mais ativa para potenciais problemas de saúde que possam aparecer, que no momento que a gente consegue detectar, diagnosticar isso de maneira precoce, isso pode impactar em melhores desfechos para o paciente”, detalha.
O oncologista ainda explica que a predição de doenças e prevenção de problemas de saúde está diretamente relacionada à identificação de alterações genéticas que podem estar relacionadas ao maior risco de desenvolvimento de alguma doença, como algum tipo de câncer. O que permite atuar precocemente, não só com uma vigilância ativa, mas também com cirurgias redutoras de risco, quando indicadas.
“Na oncologia, a gente consegue utilizar um dos pilares da medicina de precisão para ter tratamentos mais assertivos. A partir da identificação de alterações genômicas naquele tumor, existem tratamentos genomicamente guiados, que foram desenvolvidos exatamente para alteração molecular identificada, que trazem melhores respostas, melhores desfechos de sobrevida e uma melhora de qualidade de vida para os pacientes”, conclui Breno Jeha Araujo, oncologista responsável por genômica clínica da Oncoclínicas.