Valdir Barbosa | Tarifaço chinês sobre a carne brasileira pode ser maior que o de Donald Trump

Xi Jinping, presidente da China, deve estabelecer cotas de importação da carne bovina e tarifar o excedente em até 55%. Mercado da carne brasileira aguarda com preocupação o anúncio chinês

Presidente da República Popular da China, Xi Jinping.

Amigas e amigos do Agro!

Dentro da imprevisão chinesa de alterar suas normas de importação, poderão ser divulgadas ainda hoje as novas regras tarifárias para importação de carne bovina.

É um assunto que vem causando preocupação no mercado brasileiro por se tratar de nosso maior cliente, que vem comprando em média 1,4 milhão de toneladas/ano, o que representa quase a metade da carne exportada pelo Brasil.

A princípio o governo chinês deve estabelecer cotas para os principais fornecedores como o Brasil, Austrália, Argentina e também os Estados Unidos.

Fala-se um tarifa de 55%, que seria mais alta do que a estabelecida por Donald Trump durante o tarifaço contra o Brasil.

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O susto entre os grandes produtores brasileiros é tão grande que já começa um movimento para pressionar o governo federal numa rápida aplicação da Lei de Reciprocidade, impondo altas tarifas sobre as importações dos carros elétricos chineses.

Essa medida que vai ser confirmada pela China vai atingir todos os países exportadores da carne bovina e o Brasil pode inclusive recorrer a Organização Mundial do Comércio por entender que as novas regras chinesas são ilegais.

A investigação foi iniciada em dezembro do ano passado, sendo avaliado o impacto das grandes importações chinesas sobre a indústria produtores locais.

Se confirmando esse tarifaço chinês, haverá inicialmente um forte impacto no mercado brasileiro, como na escala de abates e preços no comércio interno.

Pode cair o preço para o consumidor? Sim, porém quebrando normas do mercado, provocando alterações no setor de exportação e desequilibrando nossa balança comercial da carne bovina. Pode ser um desastre, com reflexos negativos para produtor primeiro e mais na frene para o consumidor.

A expectativa é que a China estabeleça uma cota de um milhão de toneladas ano, ficando quase meio milhão de toneladas a procura de outros mercados.

Aí vamos reconsiderar os Estados Unidos como o segundo país importador da carne brasileira. Um grande cliente, não?

Vamos aguardar o que virá da China nas próximas horas ou próximos dias

Itatiaia Agro, Valdir Barbosa

Produtor rural no município de Bambuí, em Minas Gerais, foi repórter esportivo por 18 anos na Itatiaia e, por 17 anos, atuou como Diretor de Comunicação e Gerente de Futebol no Cruzeiro Esporte Clube. Escreve diariamente sobre agronegócio e economia no campo.

A opinião deste artigo é do articulista e não reflete, necessariamente, a posição da Itatiaia.

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