Quatro em cada cinco
A dermatologista Luciana Samorano explica que a pele sensível tem uma resposta neurossensorial maior, o que significa que qualquer desequilíbrio pode gerar incômodo. Mesmo assim, muitos acreditam que quanto mais produtos aplicarem, melhores serão os resultados. Para a especialista Rupika Singh, essa é uma ideia equivocada que frequentemente piora o quadro. Ingredientes potentes como retinol e vitamina C, quando usados sem orientação, podem comprometer a barreira natural da pele.
Limpeza agressiva e água quente
Outro erro comum envolve a limpeza diária. Sabonetes muito fortes, especialmente os que contêm sulfatos, removem não só a sujeira, mas também a proteção natural do rosto. A dermatologista Lorena Barreto recomenda optar por fórmulas suaves, sem álcool ou fragrâncias, que respeitem o pH da pele.
A temperatura da água também influencia. Lavar o rosto com água muito quente, hábito comum durante o banho, acelera o ressecamento e facilita irritações. Aliado a isso, a esfoliação em excesso agrava ainda mais a sensibilidade. Segundo o dermatologista Marco Rocha, realizar o procedimento todos os dias remove a camada protetora e aumenta o risco de pequenas infecções. Para peles oleosas, uma vez por semana é suficiente. Em peles secas, o ideal é a cada quinze dias.
O que irrita e o que acalma a pele
Especialistas recomendam evitar produtos com álcool, fragrâncias sintéticas, corantes, parabenos e sulfatos. Já substâncias como ácido hialurônico, ceramidas, aloe vera, aveia coloidal, glicerina, pantenol e bisabolol costumam ser bem toleradas e ajudam a restaurar a barreira cutânea.
Protetor solar
Filtros químicos podem causar reações em peles sensíveis, por isso os dermatologistas recomendam protetores solares minerais com dióxido de titânio e óxido de zinco. Charles Carvalho, dermatologista do Senado Federal, reforça que o uso deve ser diário e com FPS 30 ou mais.
Sinais ignorados
Vermelhidão constante, ardência e descamação pedem avaliação profissional. Mariana Scribel alerta que apenas o especialista consegue identificar gatilhos e orientar o tratamento adequado. Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia mostram que, embora muitos brasileiros relatem sintomas de sensibilidade, poucos chegam ao diagnóstico correto.
Hábitos prejudiciais
Espremer espinhas e dormir maquiada continuam entre os erros mais comuns. Além de abrir caminho para infecções, esses hábitos favorecem irritações intensas. A dermatologista Paula Azevedo reforça a importância de limpar bem o rosto antes de dormir para permitir a regeneração natural da pele.
Rotina ideal
Os dermatologistas recomendam uma rotina simples: limpeza, hidratação e proteção durante o dia. À noite, o ideal é remover a maquiagem, lavar o rosto com produto suave e aplicar um hidratante nutritivo. Testar muitos produtos ao mesmo tempo pode gerar reações inesperadas e dificultar a identificação do que causa irritação.
Estilo de vida faz diferença
Ambientes secos, excesso de ar condicionado e mudanças climáticas também influenciam. Uma alimentação rica em antioxidantes, ingestão adequada de água e evitar tocar o rosto com frequência ajudam a manter o equilíbrio da pele.
Especialistas lembram que consultas regulares com dermatologista são importantes para monitorar a sensibilidade cutânea e diferenciar se a pele é naturalmente sensível ou se está temporariamente sensibilizada por tratamentos. Com cuidados simples e escolhas corretas, é possível controlar o desconforto e manter a saúde da pele em dia.