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‘Vamos parar de teatro’: deputados batem-boca em comissão sobre projeto da Copasa

Sessão na comissão da PEC 24/2023 discute projeto que acaba com a exigência de referendo para privatização da estatal

Deputados bateram boca durante sessão na comissão da PEC 24/203 da ALMG

A reunião da comissão da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que debate a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/2023, que acaba com a exigência de referendo para a privatização da Copasa, foi marcada por um bate-boca entre a deputada Bella Gonçalves (PSOL) e o deputado Cassio Soares (PSD), na manhã desta terça-feira (28).

A comissão debate, em segundo turno, a proposta do governador Romeu Zema que ficou conhecida como “PEC do Referendo”, que permite a privatização da Copasa sem a necessidade de uma consulta popular.

A PEC foi aprovada em primeiro turno na madrugada da última sexta-feira (24), quando a base governista conseguiu votar o texto às 4h30 após mais de dez horas de sessão em plenário.

Veja mais: Zema inclui Gasmig na votação em 2º turno da PEC que derruba o referendo para privatizar Copasa

Nesta terça-feira (28), a deputada Bella Gonçalves fez um discurso criticando a proposta de Zema e afirmou que a oposição não foi ouvida durante as discussões. “Infelizmente, a casa se prestou a um papel triste na última sexta-feira. Vergonhoso. Aprovar na calada da noite um projeto como esse. Enquanto a população dormia, a ALMG aprovava o fim do referendo popular para privatizar estatais”, disse a parlamentar.

O deputado Cassio Soares, presidente da comissão, respondeu a deputada e afirmou que a votação só aconteceu de madrugada porque a oposição obstruiu as votações da manhã e da tarde.

“Quero apenas, de forma muito respeitosa, discordar de vossa excelência. A ALMG não votou na calada da noite, nós votamos às 4h30 da manhã porque, de forma muito clara, a oposição obstruiu a sessão desde a parte da tarde. Usando de forma leviana a morte de um policial, a dor de uma família, para obstruir a sessão. Sob a conduta muito séria e responsável do presidente Tadeu nós votamos essa matéria. Só terminamos às 4h30 porque a oposição teve sua voz sempre que reivindicou o direito de discutir. Se hoje estamos discutindo esse assunto é porque MG chegou a um ponto calamitoso de dever à União recursos impagáveis”, disse Soares.

Em seguida, Bella pediu a palavra e seu pedido foi rejeitado por Cássio. “Não vamos interromper a votação, deputada Bella”. A deputada afirmou que seu microfone estava desligado e que ela estava sendo silenciada. Cássio rebateu: “Seu microfone não está desligado, vamos parar de teatro deputada Bella Gonçalves”. A deputada respondeu: “Não estou fazendo teatro e o senhor me respeite”.

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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.
Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.