PGR pede condenação de todos os seis réus do ‘núcleo 2' da trama golpista

Gonet afirma que ‘núcleo 2' usou a máquina pública para tentar manter Bolsonaro no poder e dificultou acesso de eleitores às urnas em 2022

Gonet no 1º dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus, acusados de tentativa de golpe de Estado

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu nesta terça-feira (9) a condenação de todos os seis réus do “núcleo 2" do processo sobre a tentativa de golpe após as eleições de 2022.

Segundo a PGR, os investigados foram responsáveis pelo “gerenciamento das ações” que buscavam manter o então presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder mesmo após a derrota nas urnas.

Gonet afirmou que o grupo utilizou a máquina pública, especialmente a Polícia Rodoviária Federal (PRF), para tentar viabilizar que Bolsonaro continuasse como presidente da República.

De acordo com o procurador-geral, os réus atuaram para dificultar o acesso de eleitores aos locais de votação no segundo turno, sobretudo no Nordeste, principal reduto do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que era o adversário de Bolsonaro na disputa presidencial.

Para Gonet, os integrantes do núcleo fizeram “uso indevido do aparato do Estado” e contribuíram para um cenário de “aberta violência”.

A PGR também aponta que o grupo participou da elaboração da minuta golpista — um decreto que seria assinado por Bolsonaro e que, segundo Gonet, romperia com a estrutura democrática do país.

O procurador-geral pediu que os réus sejam condenados pelos seguintes crimes:

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Tentativa de golpe de Estado;
  • Participação em organização criminosa armada;
  • Dano qualificado;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

Quem são os réus

  • Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência
  • Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro;
  • Mário Fernandes, general e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência;
  • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
  • Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça;
  • Marília de Alencar, ex-subsecretária do Ministério da Justiça.
Leia também

Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.

Ouvindo...