Partido do MBL quer o fim das favelas no Brasil

Renan Santos, presidente do partido, diz que ‘o país naturalizou o inaceitável’ e que reconstrução urbana é ‘pré-condição para civilizar o Brasil’

Renan Santos, presidente do partido Missão e pré-candidato à presidência

O presidente do Partido Missão, criado pelo MBL, Renan Santos, afirmou em entrevista à Itatiaia nesta terça-feira (18) que o Brasil precisa enfrentar um desafio estrutural: acabar com as favelas e reconstruir o modelo urbanístico do país.

Renan classificou a situação das comunidades como “um colapso civilizatório”, e disse que morar nesses locais é “uma tragédia silenciosa que o Estado fingiu não ver”.

‘O Brasil se favelizou’

Segundo Renan, o país aceitou “por décadas” que milhões de pessoas vivessem em condições precárias.

“O Brasil se favelizou. Nós normalizamos uma situação absolutamente inaceitável. Morar na favela é insalubre, é inseguro, é desumano, e isso precisa acabar de forma organizada e definitiva“, falou. “Não existe projeto de país sério sem enfrentar a questão das favelas. O Estado brasileiro virou as costas para essas pessoas. Nós queremos devolver dignidade, devolver cidade para quem nunca teve cidade.”

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Renan disse que uma proposta do partido prevê 5,5 milhões de moradias novas ou reformadas, com bairros planejados e regras rígidas de ocupação.

“Nosso plano não é remendo. É urbanismo real. É pegar regiões degradadas e reconstruí-las com infraestrutura, calçamento, iluminação, escola perto, segurança. Não é só retirar famílias: é oferecer para elas algo infinitamente melhor.”

Ele afirmou que o custo total pode chegar a até R$ 900 bilhões ao longo de vários anos, mas defende que o valor é compatível com o impacto social esperado.

“É caro? É. Mas é mais caro manter o brasileiro aprisionado em territórios dominados por facções. O custo social da favela é impagável.”

‘Romantismo da favela’

Renan criticou artistas e influenciadores que exaltam a estética da favela “sem vivenciar” seus problemas.

“Existe um romantismo conveniente sobre a favela. É bonito para videoclipe, para desfile, para vender para gringo. Mas a vida real ali é sofrimento diário. Eu não aceito transformar miséria em estética.”

Operação no Rio e facções

Ao comentar a operação policial no Rio de Janeiro que terminou com mais de 100 mortos, Renan afirmou:

“A intervenção foi necessária. Quem manda em território brasileiro é o Estado, não facção criminosa. O que aconteceu ali foi duro, mas o crime organizado não negocia com o Brasil, ele enfrenta o Brasil.”

“Hoje cada estado luta sozinho. Não funciona. Facção é nacional. A resposta também precisa ser.”

Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.
Jornalista com trajetória na cobertura dos Três Poderes. Formada pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), atuou como editora de política nos jornais O Tempo e Poder360. Atualmente, é coordenadora de conteúdo na Itatiaia na capital federal.

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