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A representação da PF elencou dezenas de empresas e pessoas suspeitas de integrar o esquema. A distribuição de papéis no esquema mostra a amplitude da atuação da organização investigada, que tinha núcleos responsáveis pelas movimentações financeiras, pela criação de empresas de fachada e pelo contato com órgãos governamentais e parlamentares.
De acordo com a decisão judicial e a representação da PF que estruturam o cumprimento de mais de 100 mandados nesta quarta, a organização pode ser dividida em diferentes núcleos.
Núcleo de liderança
A investigação aponta Alan Cavalcante do Nascimento como o líder da organização e o nome responsável pela estruturação empresarial e as movimentações financeiras do grupo. Ele também é citado como o principal beneficiário dos recursos obtidos de forma ilícita.
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Ainda no núcleo central está Helder Adriano de Freitas, apontado como “diretor operacional”. A ele era conferida a função de estudar áreas de exploração mineral e de identificar laranjas para a criação de novas empresas de fachada para a organização.
Núcleo de investidores
Luiz Alberto Monteiro de Barros e Luis Felipe Ribeiro Monteiro de Barros, pai e filho, respectivamente, são descritos como o núcleo de investidores da organização. A dupla teria aportado quase R$ 7 milhões nas operações do grupo entre 2020 e 2024.
Pesa também contra o pai o fato dele ter atuado como gerente nas empresas Fleurs Global e Gute Sicht, duas mineradoras que atuam na Serra do Curral e são listadas entre as mais de quarenta pessoas jurídicas envolvidas na operação.
Núcleo administrativo-financeiro
Felipe Lombardi Martins é apontado como operador financeiro do grupo é descrito como “o homem da mala”. A investigação afirma que ele é suspeito de controlar finanças, saques em espécie e entrega de propinas a servidores públicos. Os receptadores do dinheiro eram escolhidos por João Alberto Lages.
No mesmo núcleo atuaria Jamis Prado de Oliveira Júnior, responsável na indicação e uso de empresas de fachada para as movimentações financeiras.
Agentes públicos cooptados
Presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) até a semana passada, Rodrigo Gonçalves Franco foi identificado como membro ativo da organização. Segundo as investigações, ele recebia e cobrava propinas para manipular processos de licenciamento ambiental de grandes projetos.
Membros da Agência Nacional de Mineração (ANM) também são listados na investigação. Caio Mário Trivellato Seabra Filho, diretor; Guilherme Santana Lopes Gomes, ex-diretor nacional; e Leandro César Ferreira de Carvalho, gerente regional, constam na representação da Polícia Federal.
A atuação de membros da diretoria da ANM na organização era útil para o fornecimento de informações privilegiadas, aprovação de autorizações para exploração em tempo recorde e elaboração de pareceres ‘sob encomenda’.
Ainda foi preso na operação o
Teixeira também seria o administrador de uma empresa criada para receber recursos de outras operações da organização, advindas de atividades ilegais. A criação da sociedade empresária Gmais Ambiental Ltda. aconteceu em 2021, quando ele ocupava o cargo de Secretário Municipal Adjunto na Prefeitura de Belo Horizonte.
Empresas citadas na investigação
Com dezenas de CNPJs de fachada envolvidos no esquema, a Fleurs Global Mineração Ltda. é identificada como o núcleo financeiro da organização criminosa. Por ela teria, passado R$ 4,3 bilhões em movimentações que incluíam a distribuição de recursos e lavagem de dinheiro.
A Minerar Participações SA. era o instrumento para a ação do núcleo central da organização. Os sócios da empresa são justamente o topo hierárquico do grupo: Alan Cavalcante do Nascimento, João Alberto Paixão Lages e Helder Adriano de Freitas.
A Gute Sicht Ltda, a exemplo da Fleurs Global,
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