Quem é Silvinei Vasques, ex-chefe da PRF preso e alvo de preventiva de Moraes

O ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, foi preso na madrugada desta sexta-feira (26) ao tentar embarcar rumo a El Salvador usando um passaporte paraguaio falso

Silvinei Marques, ex-diretor-geral da PRF.

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi preso ao tentar embarcar no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai, com destino a El Salvador, na manhã desta sexta-feira (26).

Quem é Silvinei e por que ele foi preso?

Em agosto deste ano, Silvinei foi condenado por improbidade administrativa por usar a estrutura da PRF para fins eleitorais em 2022.

Ele recebeu uma pena de 24 anos e seis meses de prisão por envolvimento na trama golpista planejada para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder após a derrota na última eleição presidencial.

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Silvinei Vasques é natural de Ivaiporã, no Paraná, e ingressou na corporação em 1995, construindo carreira dentro da PRF.

Durante o governo Bolsonaro, o ex-servidor chegou ao cargo máximo da PRF, o de diretor-geral.

Ele se aposentou voluntariamente, com salário integral, em dezembro de 2022, após o fim das eleições.

Depois de deixar a Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação de São José, na Grande Florianópolis. Neste mês de dezembro, no entanto, logo após as condenações judiciais pelo envolvimento na trama golpista, ele pediu exoneração do cargo.

Condenação

Entre as decisões, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), no Rio de Janeiro, condenou o ex-servidor por improbidade administrativa, após a Justiça concluir que ele utilizou a PRF de forma indevida para favorecer a candidatura à reeleição de Bolsonaro.

A decisão aponta que o então diretor-geral promoveu uma confusão intencional entre manifestações políticas e o exercício do cargo de agente público.

Ele foi condenado ao pagamento de multa de aproximadamente R$ 546,6 mil e ficou proibido de contratar com o poder público por quatro anos.

Em outro processo, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Silvinei Vasques a 24 anos e seis meses de prisão, em regime fechado, por participação na organização criminosa que atuou para tentar impedir a posse do presidente Lula (PT), diante da derrota de Bolsonaro no segundo turno.

Para o STF, o ex-diretor-geral da PRF atuou no chamado “núcleo 2" da trama golpista.

Além da prisão, ele teve os direitos políticos suspensos, tornou-se inelegível e foi condenado a contribuir para uma indenização coletiva de R$ 30 milhões.

Prisão no Paraguai e preventiva

A Polícia Federal (PF) aponta que, na madrugada do dia 25 de dezembro, o equipamento de monitoramento eletrônico de Silvinei Vasques ficou sem sinal de GPS e, horas depois, possivelmente sem bateria.

Os policiais, então, iniciaram diligências no endereço do ex-servidor, em São José, mas ele não foi encontrado no local.

Silvinei foi preso nesta sexta-feira ao tentar embarcar em um voo com destino a El Salvador.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a prisão preventiva. Na decisão, o magistrado afirma que o conjunto de informações demonstra que a violação da medida cautelar de monitoramento eletrônico indica a efetivação de fuga.

Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já foi produtora de programas da grade e repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.

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