O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), desembarcou nesta terça-feira (27) em El Salvador, onde promete conhecer mais do plano de segurança pública do presidente Nayib Bukele.
Ainda não se sabe se o governador, que viajou acompanhado do Secretário de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco, terá alguma agenda oficial envolvendo o presidente do país. Em nota, o governo de Minas afirmou que Zema ficará três dias por lá e, “ao longo da programação, estão previstos encontros com empresários, comerciantes e moradores de algumas das comunidades que mais sofriam com as atuações das gangues, além de reuniões com membros dos poderes Legislativo e Executivo”.
Pelas redes sociais, Romeu Zema reiterou sua admiração pelo programa de segurança pública adotado por Bukele. “Esse país aqui era um dos mais violentos do mundo e hoje é um dos mais seguros. E isso foi feito em um intervalo pequeno de tempo - cerca de 4 anos. E eu e meu secretário de segurança pública viemos aqui para ver qual é a receita que funcionou tão bem. Tudo indica que é o Estado atuar contra as organizações criminosas. Com certeza vamos estar vendo muita coisa boa nestes três dias que ficaremos aqui”, disse.
O anúncio da viagem
“Nas próximas semanas eu vou com o meu secretário de segurança a El Salvador para conhecer o programa de combate ao crime talvez mais bem-sucedido da história da humanidade. A criminalidade em El Salvador caiu 98% em 4 anos, com uma medida muito simples. Bandido preso, e não bandido na rua”, afirmou.
Resultados de Bukele são contestados
Desde que Bukele declarou guerra contra as gangues e organizações criminosas de El Salvador, em 2022, o governo do país tem divulgado estatísticas que apontam uma expressiva queda nos índices de homicídio, com redução de cerca de 70% entre 2019 e 2023, segundo dados oficiais.
Em 2015, El Salvador era considerado o país mais violento do mundo fora de zonas de guerra. Hoje, Bukele afirma que o país está entre os mais seguros das Américas.
Contudo, organizações internacionais, como a Human Rights Watch e a Anistia Internacional, alertam para os métodos utilizados no processo.
Mais de 70 mil pessoas foram presas desde o início do chamado “regime de exceção”, muitas sem direito à defesa adequada ou sem acusações claras, segundo as entidades. Há também registros de mortes sob custódia, desaparecimentos e relatos de tortura.