Ouvindo...

Zema planeja visita a El Salvador, de Bukele, para conhecer plano de segurança pública

Em entrevista, governador exaltou presidente do país da América Central, que divulga números expressivos - e questionados - de combate à criminalidade

Governador Romeu Zema (Novo) e, à esquerda, o Secretário de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que pretende visitar El Salvador para conhecer de perto as estratégias adotadas pelo presidente Nayib Bukele no combate ao crime organizado.

Em entrevista à Revista Oeste, Zema disse que pretende viajar acompanhado do secretário de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco, para entender como o país da América Central conseguiu reduzir seus índices de violência.

Leia também

“Nas próximas semanas eu vou com o meu secretário de segurança, a El Salvador, para conhecer o programa de combate ao crime talvez mais bem-sucedido da história da humanidade. A criminalidade em El Salvador caiu 98% em 4 anos, com uma medida muito simples. Bandido preso, e não bandido na rua”, afirmou o governador durante a entrevista.

Ao ser questionado se a visita seria o embrião de um possível plano de governo para disputar a presidência da República, Zema desconversou, mas não negou a ambição.

“A legislação penal é tratada hoje a nível nacional. Mas eu quero ir lá. Dá para trazer alguma coisa para o estado de Minas, com certeza. Mas quem deveria ir, na minha opinião, quem é presidente”.

Resultados questionados

Desde que Bukele declarou guerra contra as gangues e organizações criminosas de El Salvador, em 2022, o governo do país tem divulgado estatísticas que apontam uma expressiva queda nos índices de homicídio, com redução de cerca de 70% entre 2019 e 2023, segundo dados oficiais.

Em 2015, El Salvador era considerado o país mais violento do mundo fora de zonas de guerra. Hoje, Bukele afirma que o país está entre os mais seguros das Américas.

Contudo, organizações internacionais, como a Human Rights Watch e a Anistia Internacional, alertam para os métodos utilizados no processo.

Mais de 70 mil pessoas foram presas desde o início do chamado “regime de exceção”, muitas sem direito à defesa adequada ou sem acusações claras, segundo as entidades. Há também registros de mortes sob custódia, desaparecimentos e relatos de tortura.

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.