Moraes autoriza ex-comandante da Marinha a receber visitas por videoconferência

Almir Garnier poderá falar com familiares de forma virtual; ministro também concedeu acesso à leitura, trabalho interno e cursos para diminuir pena

Almirante Almir Garnir, único chefe das Forças Armadas a aderir ao plano golpista segundo a PGR

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, a receber visitas de familiares por videoconferência enquanto cumpre pena no Distrito Federal.

A decisão atende a um pedido da defesa, que alegou que, desde a prisão em 25 de novembro, Garnier não recebeu visitas presenciais da família, que reside no Rio de Janeiro. Desde então, o contato do almirante tem se limitado a advogados, equipe médica e oficiais responsáveis pela custódia.

Em manifestação enviada ao STF, o Gabinete do Comandante de Operações Navais também confirmou que o ex-comandante não recebeu visitas familiares no local onde está detido.

Com isso, Moraes autorizou a realização de visitas virtuais por parte da nora, de uma neta e de um amigo de Garnier, desde que “sejam observadas as normas regulamentares da Estação Rádio da Marinha em Brasília”, onde ele cumpre pena.

Leitura e cursos

O ministro também acolheu pedido da defesa para garantir o direito à remição de pena por leitura. O benefício permite a redução do tempo de condenação mediante a leitura de obras literárias e a apresentação de resenhas ou relatórios.

Além disso, Moraes autorizou que Garnier realize trabalho interno no local de custódia e tenha acesso a cursos de nível superior ou profissionalizante, desde que respeitadas as regras e as condições logísticas da unidade militar.

Almir Garnier cumpre pena na Estação Rádio da Marinha, no Distrito Federal. Segundo o STF, ele foi o único comandante das Forças Armadas a aderir de forma explícita ao plano de golpe atribuído ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com provas reunidas pela Corte, o almirante teria colocado tropas da Marinha à disposição do então presidente. Garnier foi condenado a 24 anos de prisão pela Primeira Turma do STF.

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Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.

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