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Na ONU, Lula diz que guerra em Gaza enterra ‘mito da superioridade ética do Ocidente’

Em discurso na Assembleia Geral da organização, presidente brasileiro voltou a chamar conflito de ‘genocídio’ e defendeu a Palestina

O presidente Lula durante discurso na Assembleia Geral da ONU

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta terça-feira (23) o conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. Em discurso na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o chefe do Executivo brasileiro classificou a guerra novamente como um “genocídio”.

“Nenhuma situação é mais emblemática do uso desproporcional e ilegal da força do que a da Palestina. Os atentados terroristas perpetrados pelo Hamas são indefensáveis sob qualquer ângulo. Mas nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza”, declarou.

Segundo Lula, além das vítimas enterradas sob os escombros do conflito, como mulheres e crianças, “também estão sepultados o Direito Internacional Humanitário e o mito da superioridade ética do Ocidente”.

“Esse massacre não aconteceria sem a cumplicidade dos que poderiam evitá-lo. Em Gaza a fome é usada como arma de guerra e o deslocamento forçado de populações é praticado impunemente. Expresso minha admiração aos judeus que, dentro e fora de Israel, se opõem a essa punição coletiva”, disse.

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Lula afirmou ainda que o povo palestino “corre o risco de desaparecer” e defendeu a criação do Estado árabe como forma de superar a disputa histórica.

“Esta é a solução defendida por mais de 150 membros da ONU, reafirmada ontem, aqui neste mesmo plenário, mas obstruída por um único veto”, declarou o petista, em referência à cúpula promovida pela França e Arábia Saudita no dia anterior para discutir a implementação da criação do Estado palestino.

O presidente brasileiro criticou ainda o fato de a delegação palestina ter seu visto negado pelos Estados Unidos para participar da ONU e destacou que o alastramento do conflito por outros países do Oriente Médio “fomenta escalada armamentista sem precedentes”.

Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.