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França reconhece Estado da Palestina: ‘Chegou o momento da paz’, diz Macron

Declaração da França em prol da Palestina era esperada para reunião das Nações Unidas; Reino Unido, Austrália, Canadá e Portugal reconheceram a sobrania palestina no domingo (21)

A França reconheceu o Estado da Palestina em conferência das Nações Unidas nesta segunda-feira (22)

A França reconheceu o Estado da Palestina em conferência das Nações Unidas nesta segunda-feira (22). Declaração foi realizada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, que também assegurou que continuará a luta “existencial contra o antissemitismo”.

“A França reconhece hoje o Estado da Palestina” para favorecer a “paz entre o povo israelense e o povo palestino”, declarou Macron. No último domingo (21), o Reino Unido, Austrália, Canadá e Portugal também reconheceram a sobrania palestina.

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“Chegou o momento da paz”, afirmou Macron na sede da ONU em Nova York, durante uma conferência sobre a “solução de dois Estados”, afirmando ser, assim, “fiel ao compromisso histórico” da França “no Oriente Médio”.

“Recai sobre nós uma responsabilidade histórica. Devemos fazer tudo o que for possível para preservar a própria possibilidade de uma solução de dois Estados, Israel e Palestina, vivendo lado a lado em paz e segurança”, acrescentou.

Embaixada da França na Palestina?

Apesar da declaração pró-palestina, Emmanuel Macron condicionou a abertura de uma embaixada da França no Estado da Palestina à libertação de todos os reféns israelenses mantidos em Gaza e a um cessar-fogo no território.

“Eu poderia decidir abrir uma embaixada no Estado da Palestina assim que todos os reféns mantidos em Gaza sejam libertados e seja declarado um cessar-fogo”, disse Macron em uma reunião da ONU em Nova York.

Netanyahu rejeita Estado Palestino

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu nesse domingo (21) que nunca haverá um Estado palestino e que Israel ampliará seus assentamentos na Cisjordânia. O discurso aparece como uma resposta ao reconhecimento oficial da soberania palestina por parte do Reino Unido, Canadá e Austrália.

Nos últimos meses, diversos países tradicionalmente aliados de Israel deram o passo de reconhecer o Estado palestino. Reino Unido e Canadá foram os primeiros países do G7 a reconhecer o Estado palestino. Ao todo, quase 75% dos 193 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) reconhecem a soberania palestina.

“Tenho uma mensagem clara para esses dirigentes que reconheceram um Estado palestino depois do horrendo massacre de 7 de outubro: vocês estão dando uma enorme recompensa ao terrorismo”, afirmou Netanyahu em declarações emitidas por seu gabinete.

“E tenho outra mensagem para vocês: isso não acontecerá. Não será estabelecido nenhum Estado palestino a oeste do rio Jordão”, acrescentou.

Guerra em Gaza

Israel iniciou na última terça-feira (16) uma ampla ofensiva militar terrestre e aérea para tomar a Cidade de Gaza. Na terça-feira, uma comissão de investigação independente da ONU concluiu que Israel comete genocídio contra os palestinos em Gaza, o que o governo israelense nega.

A guerra começou em 7 de outubro de 2023, quando milicianos islamitas mataram 1.219 pessoas, a maioria civis, em Israel, segundo dados oficiais.

A campanha de retaliação israelense matou mais de 65.200 palestinos na Faixa de Gaza, também em sua maioria civis, segundo números do Ministério da Saúde do território - governado pelo Hamas -, que a ONU considera confiáveis.

*Com AFP

(Sob supervisão de Edu Oliveira)

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas