O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a classificar, nesta segunda-feira (22), como “genocídio” os ataques de Israel à Faixa de Gaza. Ele também defendeu uma solução diplomática para a criação do Estado palestino.
“Não há palavra mais apropriada para descrever o que está acontecendo em Gaza do que genocídio. Por isso, o Brasil decidiu tornar-se parte do caso apresentado pela África do Sul à Corte Internacional de Justiça” afirmou Lula.
As declarações de Lula aconteceram durante a Conferência Internacional de Alto Nível para discutir a situação da Palestina organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O presidente ressaltou que os atos terroristas praticados pela Hamas são inaceitáveis, mas isso não justifica a resposta de Israel com uma “matança indiscriminada de civis”.
“Nada justifica tirar a vida ou mutilar mais de 50 mil crianças. Nada justifica destruir mais de 90% dos lares palestinos. Nada justifica usar a fome como arma de guerra”, complementou Lula.
Lula ainda criticou a escalada da violência e questionou a permanência da população palestina sob ataques constantes.
“Como manter uma população diante da limpeza étnica a que assistimos em tempo real? Não se trata apenas do extermínio do povo palestino, mas do aniquilamento de seu sonho de nação”, declarou o presidente.
Lula ainda informou que o Brasil vai manter suspensa a compra de materiais de defesa de Israel e passará a controlar a entrada de importações, para evitar produtos vindos de áreas de assentamentos ilegais.
Estado da Palestina
Durante o evento, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou o reconhecimento oficial do Estado da Palestina, em um gesto histórico.
“Chegou a hora. Por isso, fiel ao compromisso histórico do meu país com a paz entre israelenses e palestinos, declaro que hoje a França reconhece o Estado da Palestina”, afirmou Macron.
O Brasil já havia feito esse reconhecimento em 2010, durante o segundo mandato de Lula.
No domingo (21), Reino Unido, Canadá, Austrália e Portugal também reconheceram o Estado palestino.
Macron destacou ainda a necessidade de libertação dos reféns do Hamas e pediu que esforços internacionais sejam voltados para uma solução pacífica e duradoura no Oriente Médio.