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Lula abre Assembleia Geral da ONU um dia após novas sanções dos EUA a brasileiros

Fala do presidente ocorre em momento de tensão entre dois países; nessa segunda, novas sanções foram impostas, inclusive à esposa de Alexandre de Moraes

Lula abre debate da Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (23)

O presidente Lula abre, na manhã desta terça-feira (23), o debate de líderes da 80ª edição da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Há expectativa de que o discurso sirva como contraponto às posições do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A fala de Lula acontece no dia seguinte ao anúncio de novas sanções do governo americano contra brasileiros, em reação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Tradição brasileira

O Brasil mantém a tradição de ser o primeiro país a discursar na abertura do Debate Geral, seguido pelos Estados Unidos. A sessão está marcada para as 10h (horário de Brasília).

Trump participa pela primeira vez da assembleia após retornar à Casa Branca.

Lula desembarcou em Nova York nesse domingo (21), em sua primeira viagem aos EUA desde a posse de Trump, em janeiro. Esse é o pior momento das relações entre Brasil e EUA nas últimas décadas, grande parte, devido às sobretaxas americanas de 50% sobre produtos brasileiros.

Temas do discurso

Nos últimos meses, Lula e Trump trocaram críticas públicas. O americano tentou interferir no julgamento de Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses por tentativa de golpe.

Lula tem reforçado a defesa da independência do STF e deve levar esse posicionamento ao plenário da ONU. O discurso deve abordar temas como:

  • soberania nacional;
  • defesa da democracia e do multilateralismo;
  • críticas ao protecionismo e às taxações;
  • reforma da ONU;
  • preservação ambiental e COP30;
  • guerras na Faixa de Gaza e na Ucrânia.

Sanções a autoridades brasileiras

As sanções impostas pelos Estados Unidos aumentaram a tensão entre os dois países. Na última segunda-feira (22), o governo Trump anunciou a revogação do visto americano do advogado-geral da União, Jorge Messias, e aplicou sanções financeiras à advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do STF, Alexandre de Moraes.

EUA sancionam mulher de Alexandre de Moraes com Lei Magnitsky

Com base na lei Magnitsky, todos os bens de Viviane nos EUA foram bloqueados, e empresas ligadas a ela estão impedidas de fazer negócios no país. Em julho, Alexandre de Moraes já havia sido alvo da mesma medida.

Nem o ministro, nem sua esposa podem realizar transações financeiras com cidadãos ou empresas americanas, incluindo o uso de cartões de crédito internacionais de bandeira dos EUA.

(Sob supervisão de Marina Dias)

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Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas