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Lista de Zema com imóveis ‘à venda’ tem parecer apresentado sem prédios da Uemg

Todos os imóveis da Universidade do Estado (Uemg) foram retirados da lista, que ainda perdeu prédios do Instituto de Previdência dos Servidores (Ipsemg) e da Fundação Helena Antipoff

Servidores são contra a federalização ou privatização da Uemg

Na tarde desta quarta-feira (8), o Projeto de Lei (PL) 3733/2025, que previa a venda ou federalização de mais de 300 imóveis pertencentes ao Governo de Minas Gerais recebeu um parecer que desidrata a proposta original apresentada pelo governador Romeu Zema (Novo). Na Comissão de Administração Pública (APU) da Assembleia Legislativa (ALMG), todos os imóveis da Universidade do Estado (Uemg) foram retirados da lista, que ainda perdeu prédios do Instituto de Previdência dos Servidores (Ipsemg) e da Fundação Helena Antipoff.

Ao todo, 128 imóveis foram retirados da lista original. O parecer foi apresentado pelo deputado Rodrigo Lopes (União Brasil) e atendeu às demandas do bloco de oposição da Casa e dos servidores da Uemg, que comemoraram a medida emocionados nos corredores da Assembleia.

A deputada Beatriz Cerqueira (PT) pediu vista para a avaliação do parecer e o projeto ainda precisa ser avaliado na APU. O próximo estágio é a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) da Casa e, depois, o texto pode ser apreciado em primeiro turno em plenário.

Em entrevista após a sessão, o relator do projeto na comissão também destacou que seu parecer alterou o percentual de desconto que os imóveis teriam no caso de leilões iniciais desertos. O texto original determinava que, se não houvessem interessados nos primeiros pregões, o valor dos prédios poderia cair em até 45%.

“Uma das principais mudanças foi uma adequação. Tinha uma previsão que dizia que se o processo fosse deserto, no caso de venda, poderia-se dar um desconto de até 45%. A gente trouxe isso para a realidade da Lei 14.011, que é uma a lei que limita o valor de 25% de desconto máximo”, explicou Rodrigo Lopes.

A venda dos imóveis do estado é um dos projetos que mais causou polêmica entre os que compõem o pacote de medidas relacionadas ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). A ideia do governo Zema era obter recursos com o patrimônio para abater parte da dívida de R$ 170 bilhões com a União e reduzir os juros no parcelamento.

O Propag prevê o parcelamento da dívida dos estados em até 30 anos e mecanismos para a redução dos juros, hoje fixados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 4% ao ano.

Um dos mecanismos de redução de juros é a amortização da dívida em ao menos 20% do estoque. Desta maneira, dois pontos percentuais são reduzidos dos juros cobrados além da inflação.

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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.