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Governo de Minas critica perda de validade de MP do Propag: ‘Nada evolui’

A medida provisória que permitia que o BNDES fizesse a avaliação das estatais a serem federalizadas perdeu a validade na última sexta-feira (22)

O governador Romeu Zema (Novo) e o vice-governador Mateus Simões (Novo).

Após a Medida Provisória (MP) que permitia ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) avaliar estatais perder a validade, o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), usou as redes sociais para afirmar que decisões como essa “atrasam” o Programa de Pagamento das Dívidas dos Estados com a União (Propag).

De acordo com Simões, a equipe do governo mineiro esteve em Brasília para tratar da pauta do Propag, mas sem sucesso. “Nada evolui da parte deles”, escreveu o vice-governador.

O fim da validade da MP foi declarado pelo presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil), em publicação no Diário Oficial da União, na última sexta-feira (22).

O Propag, já aprovado pela Assembleia Legislativa (ALMG) e sancionado pelo Executivo, permite a renegociação dos débitos, com possibilidade de abatimento do valor por meio da federalização de ativos do Estado — como, por exemplo, empresas estatais.

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O governo de Romeu Zema (Novo) pretende oferecer à União empresas como a Companhia de Saneamento (Copasa), a Companhia de Energia (Cemig), a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas (Codemig) e também a Empresa Mineira de Comunicação (EMC).

Segundo os termos do programa, o BNDES ficaria responsável por realizar a avaliação dos bens oferecidos pelos estados interessados em renegociar suas dívidas.

A avaliação do Banco será um “guia” para o Ministério da Fazenda determinar se aceita ou não as ofertas feitas pelos governos estaduais.

O governo federal segue batendo cabeça, não aprovou a MP no Congresso e não fez o BNDES cumprir os prazos que ele mesmo impôs. Lamentável e preocupante ver a quem o Brasil está entregue”.
— escreveu Simões no X, antigo Twitter.

O Propag permite que até 20% do valor da dívida através das federalizações. Atualmente, o débito de Minas com a União ultrapassa os R$ 160 bilhões, podendo chegar a R$ 180 bilhões até o final do ano.

O tempo para Minas e outros estados é apertado. A lista de ativos a ser a avaliada pelo BNDES precisa ser entregue até o dia 30 de outubro. Os governos precisam aderir ao Propag até o dia 31 de dezembro.

Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.