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Presidente do Novo descarta federação e projeta crescimento com Zema e Mateus Simões

Eduardo Ribeiro também negou que o atual vice-governador esteja de saída do partido rumo ao PSD, apesar das especulações; expectativa do partido é chegar a 30 deputados em 2026

Eduardo Ribeiro, presidente do Novo

Em entrevista exclusiva à Itatiaia, o presidente nacional do Partido Novo, Eduardo Ribeiro, afirmou que a legenda não pretende se unir a outras siglas para superar a cláusula de barreira. Para isso, o dirigente aposta no crescimento próprio da sigla, projetando uma bancada de até 30 deputados federais após as eleições de 2026 - na qual a principal aposta é a candidatura a presidência do governador de Minas Gerais, Romeu Zema.

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Atualmente, o Novo conta com apenas cinco parlamentares na Câmara, mas negocia a migração de ao menos dez deputados de outras legendas. A meta ambiciosa esbarra, no entanto, em um cenário político adverso: a cláusula de barreira tem pressionado partidos de menor porte e já levou várias siglas a buscarem federações para não perderem acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda.

Ribeiro rejeita essa estratégia e sustenta que o partido deve crescer de forma independente no próximo ano. “Não, não vamos fazer nenhuma federação, não é a ideia do Novo, nunca foi esse o nosso objetivo. O nosso objetivo é ter uma bancada bastante expressiva, passar de 20, 30 deputados e de fato se consolidar como uma força política inegável dentro do Brasil”, afirmou.

Expectativa sobre Zema e Simões

O presidente do Novo também exaltou a postura do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2026. Mesmo afirmando que não caminha junto com o ex-presidente Bolsonaro, Zema tem adotado críticas públicas ao Supremo Tribunal Federal (STF), em especial ao ministro Alexandre de Moraes, em defesa do ex-presidente. Para Ribeiro, essa postura diferencia o governador no cenário nacional em relação a outros governadores de direita que vão tentar o Planalto no próximo ano - o que é o caso de Ratinho Junior (PSD), do Paraná, Ronaldo Caiado (União), de Goiás, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo.

“O governador Romeu Zema é o único dentre os presidenciáveis que tem falado abertamente disso, citado nominalmente o ministro Alexandre de Moraes, para mostrar que existe coragem de colocar um freio nisso que está acontecendo. Acho que outros vão seguir, porque a cada dia você vê um novo abuso”, afirmou.

A projeção de Zema e de seu vice, Mateus Simões, é vista internamente como essencial para o futuro da legenda. Mas há pontos de fragilidade: hoje, o Novo não dispõe de tempo relevante de televisão, enfrenta dúvidas sobre a divisão do fundo partidário e tem baixa representatividade no Congresso, o que limita a estrutura disponível para as campanhas. Esse quadro alimenta rumores sobre a possível saída de Simões para o PSD, hipótese que Ribeiro rejeita.

"[Mateus Simões] Sempre foi muito leal à sua função de vice-governador, que nem todos os vices são assim. Mateus é talvez um exemplo de político, de capacidade técnica, de nível cultural e que certamente vai ser reconhecido pelos mineiros à medida que assume o governo”, declarou.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio