As manifestações nacionais contra o projeto de anistia a golpistas e a PEC da Blindagem, previstas para o próximo domingo (21), ganharam reforço de peso no Rio de Janeiro. A passeata em Copacabana terá um cortejo artístico liderado por Caetano Veloso em um trio elétrico exclusivamente musical. Ao lado dele, nomes como Gilberto Gil e Chico Buarque confirmaram presença. Em São Paulo, a concentração será na Avenida Paulista; No Distrito Federal, os atos começam pela manhã, no Museu da República; em Curitiba terá protesto na Boca Maldita.
Além de Caetano, outros artistas se manifestaram em apoio. Sandra de Sá e Anitta divulgaram nas redes mensagens de mobilização, estimulando a adesão dos seguidores. A expectativa é de que a presença de figuras públicas amplifique a visibilidade dos protestos. Os atos são convocados por parlamentares do PSOL e entidades estudantis, com apoio de centrais sindicais e movimentos sociais. A estratégia é ocupar ruas em várias capitais, ampliando a pressão sobre o Congresso.
Locais e horários confirmados:
- São Paulo – Vão do Masp, Av. Paulista, a partir das 14h
- Rio de Janeiro – Posto 5, Copacabana, a partir das 14h
- Distrito Federal – Museu da República, 9h
- Curitiba – Boca Maldita, 14h
Mobilização nacional
A dimensão simbólica do ato ultrapassa a pauta política: figuras centrais da música popular brasileira, historicamente associadas à resistência democrática, voltam a ocupar as ruas em defesa de princípios constitucionais. Caetano já vinha se posicionando nas redes contra as propostas em discussão no Congresso. Em vídeo recente, chamou a PEC da Blindagem, que restringe a abertura de processos contra parlamentares, de “
“Tem que receber da sociedade brasileira uma resposta socialmente saudável. Uma manifestação de que a grande parte da população brasileira não admite um negócio desse”, afirmou. Sobre o projeto de anistia, disse ainda que a medida “também não pode ficar sem resposta”.
Avanço no Congresso acendeu alerta
As manifestações são reação direta ao ritmo acelerado de tramitação das propostas. Na terça-feira (17), a Câmara aprovou a PEC da Blindagem, mas o texto ainda precisa passar pelo Senado, mas já foi considerado uma vitória expressiva do centrão. Um dia depois, em votação-relâmpago, os deputados aprovaram requerimento de urgência para o projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro. A matéria terá como relator o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), um dos principais articuladores da proposta.
O que está em jogo
- PEC da Blindagem: limita a possibilidade de abertura de processos contra deputados e senadores, reforçando a imunidade parlamentar. Críticos chamam de “PEC da Bandidagem” por enxergarem um mecanismo de autoproteção da classe política.
- Projeto de anistia: perdoa os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Para opositores, representa um retrocesso no processo de responsabilização democrática.