Após meses de tensão e estremecimento na relação entre Brasil e Estados Unidos, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump estarão no mesmo evento na próxima semana, durante a
O presidente brasileiro será o primeiro chefe de Estado a falar na abertura da 80ª Assembleia da ONU, seguindo tradição da entidade desde 1955. Logo em seguida será a vez do presidente americano assumir a tribuna.
O discurso de Lula está previsto para a próxima terça-feira (23), pela manhã, logo após as falas do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e da presidente da 80ª Assembleia Geral, Annalena Baerbock, da Alemanha.
Em entrevista exclusiva à Itatiaia no final de agosto, Lula falou sobre a situação e disse que dependerá de Donald Trump o encontro no evento da ONU.
“Vai depender dele. Eu vou estar no mesmo espaço que ele. Na hora que eu entrar na ONU, sou o primeiro a falar. Fico sentado aguardando me chamarem. Quando me chamarem, ele será o segundo orador, pode chegar antes e conversar comigo. Pode não querer falar comigo e chegar quando eu for falar. E quando eu sair, ele vai entrar, então a gente pode não falar. Agora, se o Trump quiser falar, negociar sério, estaremos dispostos a negociar”, explicou Lula.
Nesta semana, em entrevista à BBC News, Lula afirmou que não tem problemas pessoais com Trump e que, caso cruze com ele, vai cumprimentá-lo. “Porque eu sou um cidadão civilizado. Eu converso com todo mundo, eu estendo a mão para todo mundo”, disse Lula.
Tarifaço e críticas ao STF
Em julho, o presidente dos Estados Unidos assinou uma ordem executiva – comparável a um decreto presidencial no Brasil – em que declara emergência nacional para justificar a imposição de uma tarifa adicional de 40% sobre os produtos brasileiros.
Em um comunicado, a Casa Branca afirma que os Estados Unidos consideram que políticas e ações recentes do governo brasileiro representam uma ameaça “incomum e extraordinária” à segurança nacional, à política externa e à economia americana.
Segundo a administração republicana, a ordem executiva leva em conta a “perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivados” pelo governo brasileiro contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores.