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Em carta a Lula, PT pede fim da relação diplomática e comercial com Israel

O documento aprovado pelos petistas destaca que Lula já afirmou que o que acontece em Gaza não se trata de uma guerra, mas sim de um “genocídio premeditado”

Lula (PT), presidente do Brasil.

O Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou, na última sexta-feira (1º), uma carta endereçada ao presidente Lula (PT), pedindo o fim das relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e Israel. Durante a abertura do 17º Encontro Nacional do PT, em Brasília, o senador e atual presidente nacional da sigla, Humberto Costa, leu o texto de apoio à Palestina e criticou o governo de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense.

“Ainda há, no mundo inteiro, quem compre, venda e subsidie o complexo industrial militar de Israel como se fosse normal”, diz trecho do texto.

O documento aprovado pelos petistas destaca ainda que, no último dia 5 de junho, o presidente Lula afirmou que o que acontece em Gaza não se trata de uma guerra, mas sim de um “ genocídio premeditado”.

O 17º Encontro Nacional do PT começou na sexta-feira, com a presença de mais de mil pessoas, segundo a legenda, e deve ter atividades até domingo (3).

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Críticas a Eduardo Bolsonaro

Ainda durante o evento, o senador Randolfe Rodrigues, líder do governo Lula no Congresso Nacional, subiu o tom contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Esse país, forjado assim, não tem o que temer a fascistas que gritem do norte, nem a traidores da pátria, playboyzinhos, que se montam lá para ficar gritando a salvação do seu pai, nos pés, junto ao senhor Donald Trump”, disparou.

O PT tenta pressionar a Câmara dos Deputados pela cassação de Eduardo, que está nos Estados Unidos. Na sexta-feira, o líder do partido na Casa protocolou um projeto de lei que cria o crime de “alta traição à pátria”, com pena que varia de vinte a quarenta anos de prisão.

A proposta surge em meio à tensão nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, após a imposição de tarifas de 50% sobre importações brasileiras, anunciadas por Donald Trump.

Nas redes sociais, o deputado Lindbergh Farias escreveu que o projeto apresentado é uma resposta à “traição construída” por Eduardo e Bolsonaro.

O texto considera como traição:

  • negociar, propor ou estimular sanções econômicas, retaliações diplomáticas e restrições comerciais;
  • compartilhar, fornecer ou transmitir dados sigilosos do governo brasileiro;
  • cooperar, instigar ou participar de planos para submeter o Brasil à tutela de um país estrangeiro.

O projeto ainda define como “hostis” os governos e países que, por ato unilateral ou em aliança, imponham ou ameacem impor medidas coercitivas com o objetivo de subordinar ou limitar a autonomia política, econômica ou institucional do Estado brasileiro.

Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.