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Governo de Minas vê em encontro de Lula e Trump chance de aliviar ‘tarifaço’

O governo de Minas lançou nesta terça-feira (30) o Plano Estadual de Comércio Exterior, proposta que pretende ajudar empresários a internacionalizar produtos mineiros

Mila Corrêa da Costa, secretária de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.

O possível avanço na negociação das tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil provoca empolgação no governo de Minas Gerais, segundo a secretária de Desenvolvimento Econômico, Mila Corrêa da Costa.

Nesta terça-feira (30), o governo lançou o Plano de Desenvolvimento de Comércio Exterior, proposta que pretende ajudar empresários a internacionalizar produtos mineiros.

Segundo a secretária, uma das metas previstas no plano inclui um eixo de financiamento com apoio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). A instituição financeira seria responsável por auxiliar micro, pequenas e médias empresas na capacitação e no acesso a novos mercados. “Estamos construindo junto com o BDMG, mas, em breve, vamos lançar essa linha como um desdobramento do projeto”, afirmou Corrêa da Costa.

Encontro de Lula e Trump

Com tarifas impostas em agosto deste ano e críticas ao governo brasileiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um afago ao presidente Lula (PT) durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, na última terça-feira (23).

O republicano disse, em discurso, que se encontrou brevemente com o homólogo brasileiro e que a química entre os dois teria sido “excelente”. Trump ainda declarou que Lula é um homem “legal” e que ambos conversariam nesta semana.

O encontro, no entanto, ainda não tem data nem horário definidos.

Segundo a secretária, a atual situação diplomática com um dos maiores parceiros comerciais do Brasil e de Minas prejudica os negócios mineiros.

Em entrevista coletiva, ela afirmou que a expectativa é que mais produtos — como carne e café — sejam retirados da lista das tarifas ou que elas sejam até integralmente anuladas após a conversa prevista com o governo federal. “O impacto na economia mineira teria sido muito maior se não fosse a retirada de alguns produtos pelo governo norte-americano, mas ainda temos setores impactados”, ponderou.

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Ao assinar a ordem executiva que colocou o tarifaço em vigor, Trump incluiu uma lista de exceções — produtos que não seriam taxados pela Casa Branca, como suco de laranja, aviões e petróleo. “A expectativa é que mais produtos sejam retirados, que a taxação seja reduzida e, eventualmente, até excluída. Carne e café ainda permanecem como setores impactados”, disse.

Caso não haja condições de negociação com o governo dos EUA, a secretária afirmou que o estado já adota medidas de precaução para empresas de grande, médio, pequeno e micro porte que sejam afetadas pelo tarifaço.

Entre as medidas previstas no documento apresentado pelo estado estão a ampliação das oportunidades de negócios internacionais, a expansão do número de missões comerciais para mercados estratégicos, a realização de capacitações e a atração de eventos de negócios internacionais. O governo também planeja promover uma feira internacional de negócios e valorizar marcas associadas a regiões específicas de Minas, com destaque para produtos como queijo, cachaça, artesanato e cafés especiais.

Jornalista pela UFMG, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já atuou na produção de programas da grade, apuração e na reportagem da Central de Trânsito Itatiaia Emive. Atualmente, contribui como repórter na editoria de política.