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Após reunião de governadores no Rio, Gleisi diz que grupo ‘investe na divisão política’

A ministra voltou a defender a PEC da Segurança Pública e afirmou que a pauta não pode ser tratada com “leviandade e objetivos eleitoreiros”

Ministra da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula (PT), Gleisi Hoffmann (PT).

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula (PT), Gleisi Hoffmann (PT), afirmou que os governadores de direita “investem na divisão política e querem colocar o Brasil no radar do intervencionismo militar de Donald Trump na América Latina”.

A crítica da ministra ocorre após os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL); do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PP); e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se reunirem no Rio de Janeiro com Cláudio Castro (PL), na última quinta-feira (30), para anunciar um consórcio entre os estados voltado ao combate ao crime organizado. A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), também participou do encontro.

O gesto dos governadores a Castro também serviu como plataforma de críticas e cobranças ao governo federal na área da segurança pública. Zema, em discurso, afirmou que, enquanto o Brasil enfrenta problemas relacionados ao crime, o “presidente vai para fora tentar negociar paz na guerra da Ucrânia”.

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Os chefes dos Executivos estaduais também voltaram a criticar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, elaborada pelo governo. Caiado afirmou que a iniciativa do consórcio visa à “integração”, enquanto a PEC teria como objetivo “tirar dos governadores as diretrizes gerais da segurança pública”.

O atual texto da proposta do governo dá competência à União para estabelecer normas sobre o tema, confere poder de policiamento ostensivo à Polícia Rodoviária Federal (PRF) e garante que a Polícia Federal (PF) atue contra organizações criminosas com atuação interestadual.

Nas redes sociais, Gleisi ainda escreveu que os governadores “não conseguem esconder o desejo de entregar o país ao estrangeiro, do mesmo jeito que Eduardo Bolsonaro [PL] e sua família de traidores da pátria fizeram com as tarifas e a Magnitsky”. “Segurança pública é uma questão muito importante, que não pode ser tratada com leviandade e objetivos eleitoreiros. Combater o crime exige inteligência, planejamento e soma de esforços”, escreveu a ministra.

Desde agosto, os Estados Unidos realizam operações militares no oceano Pacífico e também no Caribe venezuelano e colombiano. De acordo com a Casa Branca, as embarcações atingidas transportavam narcotraficantes — versão refutada pelos governos da Colômbia e da Venezuela.

Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já foi produtora de programas da grade e repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.