Ouvindo...

Apoio e repúdio a Moraes estão na pauta da Câmara de BH em semana chave para Bolsonaro

Pauta do plenário da Câmara Municipal de BH na segunda-feira (8) tem uma moção para tornar Moraes persona non grata na cidade e outra para apoiar ministro

Moraes será tema da Câmara de BH na segunda-feira (8)

A semana derradeira do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado promete ecoar no ambiente político de Belo Horizonte. A pauta do plenário da Câmara Municipal da capital mineira da próxima segunda-feira (8) propõe a discussão de duas moções relacionadas à atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Uma das moções foi proposta pelo vereador bolsonarista Pablo Almeida (PL). A outra, pelo petista Pedro Rousseff. As medidas prometem alimentar o clima de discussão política nacional, acalorado na Câmara belo-horizontina desde o início desta legislatura.

A primeira moção da pauta na segunda-feira é a proposta por Almeida. O vereador quer colocar em votação uma manifestação oficial da Câmara de BH considerando Alexandre de Moraes persona non grata na capital mineira. O vereador justifica a medida pela adoção da Lei Magnitsky contra o magistrado brasileiro por parte do presidente americano Donald Trump.

A lei foi aplicada contra Moraes em 30 de julho em meio a onda de medidas de Trump contra o Brasil e autoridades do país. Antes disso, o governo americano já havia anunciado a sobretaxa de 50% às exportações brasileiras e a supressão dos vistos de oito ministros do STF e seus familiares.

A Magnitsky é um dispositivo criado em 2012 para punir financeiramente pessoas que os Estados Unidos entendem como culpadas por graves violações de direitos humanos ou corrupção. A medida é considerada uma ‘pena de morte financeira’ por determinar o bloqueio de bens e contas bancárias nos EUA, o que afeta, por exemplo, a utilização de cartões de crédito de bandeiras de empresas americanas

Petista quer endossar Moraes

Se Pablo Almeida propõe que os 41 vereadores de BH dissessem sobre tornar Moraes figura oficialmente indesejada na capital, o petista Pedro Rousseff quer enviar ao magistrado uma moção de apoio pela decretação de prisão domiciliar de Bolsonaro.

O ex-presidente está preso em sua residência em um condomínio em Brasília desde 4 de agosto. A medida foi determinada por Moraes por ter considerado que Bolsonaro descumpriu medidas cautelares determinadas pelo STF.

O magistrado entendeu que Bolsonaro utilizou os perfis de seus filhos nas redes sociais para se dirigir a manifestantes com conteúdos de ataque à Suprema Corte e em apoio à interferência americana na Justiça brasileira.

As moções são manifestações oficiais que devem ser votadas e debatidas pelos vereadores. Elas têm um valor simbólico e político, mas não têm caráter de lei.

Leia também

Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.